"Nos últimos 2 meses, a violência baseada no género, nomeadamente, casamentos precoces, violência doméstica e abusos sexuais têm aumentado no país, com uma incidência particular nas regiões de Bafatá, Gabú, Oio, Tombali e Quinará", refere a Liga numa publicação na rede social Facebook.

Segundo a organização não-governamental dos direitos humanos, durante aquele período as "células de alerta precoce da LGDH registaram 31 casos, entre os quais 15 de violência doméstica, oito de casamentos infantis, cinco de abusos sexuais e três de violência sexual".

"A violência baseada no género nas suas diversas formas constituí um desafio ao primado dos direitos humanos, por ferir a dignidade humana e cercear as oportunidades de desenvolvimento pleno de cidadania", refere a organização, salientando que é necessário adotar medidas públicas de prevenção e combate.

A LGDH atribui o aumento daquelas "práticas inaceitáveis" à "dimensão da impunidade do país" e também ao facto de não existirem mecanismos institucionais de resposta e de apoio à vítima.

"A título de exemplo, as esquadras de polícias não dispõem de gabinetes de atendimentos específicos para os casos de violência baseada no género, sem ignorar a inexistência de um centro público de acolhimento das vítimas", acrescenta.

Num relatório divulgado em abril, a ONU alertou que a pandemia provocada pelo novo coronavírus teria o "impacto catastrófico" nas mulheres, salientando que além do aumento dos casos violência doméstica, milhões de mulheres também iriam ter acesso a contracetivos e milhões de meninas poderiam ser obrigadas a casar ou ser vítimas de mutilação genital feminina.

A Guiné-Bissau registou desde março mais de 1.700 casos de covid-19 e 25 vítimas mortais.

No âmbito do combate à pandemia, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, já prolongou por seis o estado de emergência no país, a última das quais até 25 de julho.

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