Chuva e vento forte têm afetado desde o início da manhã várias regiões costeiras das províncias de Nampula, Zambézia e Sofala, prevendo-se um agravamento em direção a Inhambane, no sul.

A depressão poderá chegar ao grau de ciclone antes de entrar em terra na zona da cidade da Beira durante a madrugada de sábado, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inam) de Moçambique.

As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) anunciaram hoje o cancelamento dos voos nas rotas entre Maputo e as capitais provinciais da Beira, Quelimane e Nampula.

"O cancelamento deve-se à tempestade tropical severa Eloise que está a afetar o estado do tempo no Canal de Moçambique", lê-se em comunicado da LAM.

"A companhia está a tomar providências no sentido de proceder à reprogramação dos voos para transportar os passageiros logo que as condições sejam favoráveis", acrescenta.

O porto comercial da Beira suspendeu as operações até domingo e a administração marítima da província da Zambézia interditou a circulação de embarcações em toda a costa como medida de precaução.

As condições atmosféricas adversas estão ainda a dificultar a transferência de habitantes das zonas baixas do distrito de Búzi, na margem sul do rio Pungúe, oposta à cidade da Beira, uma operação que decorre desde segunda-feira após a subida de caudal dos rios por causa das chuvas das últimas semanas.

O país está em plena época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de outubro e abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) que já se abateram sobre o país em poucas semanas desde que há registos meteorológicos.

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