Coberta pela bandeira de Cuba, a urna de cedro onde jazem as cinzas de Fidel Castro foi levada até o monumento onde repousa o seu amigo de armas. A última vez que estiveram juntos foi há 60 anos, em 1966. Um ano depois, Che Guevara viria a ser executado na Bolívia.

"Vão estar juntos no final, como há muito tempo estiveram na guerrilha", disse, emocionada, Madeline Villegas, no meio da multidão.

Cinco antigos combatentes do exército rebelde trouxeram as suas medalhas para se despedir do "Comandante". De peito cheio, ouviram o hino nacional quando a caravana com os restos de Fidel Castro parou em frente à biblioteca José Martí, no centro da cidade.

"Viva Fidel!", ouviu-se gritar por toda a cidade de Santa Clara.

Os mais jovens, como Talia Jimenez, uma estudante de 16 anos, sentiam que na "urna não ia Fidel", mas o pai da Revolução Cubana tinha ficado com “Che”.

Secundino Diaz, um comerciante aposentado de 87 anos, simplesmente não podia acreditar: "Che" Guevara e Fidel juntos novamente. "É muito simbólico que os seus restos descansem aqui", disse, acrescentando: "são poucos os que como eles dois viveram como quiseram".

O cortejo fúnebre com as cinzas de Fidel partiu na quarta-feira de Havana em direção a Santiago de Cuba, no leste da ilha,onde serão enterradas no domingo, após uma viagem de quase mil quilómetros.

Lá ficarão perto de outro companheiro, José Martí, herói da independência cubana.