“Amanhã (quinta-feira), celebram-se os 50 anos da Revolução dos Cravos. Gostaria de associar-me aos nossos amigos em Portugal, aos portugueses em França e a todos os nossos compatriotas de origem portuguesa para celebrar este aniversário, tão importante para a democracia na Europa”, afirmou o chefe de Estado francês num vídeo divulgado por ocasião dos 50 anos do 25 de abril.

Na mesma mensagem, o Presidente francês não esqueceu os jovens 'capitães de abril' que “manifestaram a esperança de um povo inteiro na paz e na democracia". "Nem trinta anos tinham e já eram heróis. A Europa de hoje deve muito à sua coragem”, afirma Macron.

Para o chefe de Estado francês, a amizade entre Portugal e França é até hoje reforçada pelo fluxo de cidadãos, desde a ditadura quando muitos portugueses procuraram uma vida melhor em França e até hoje vivem entre os dois países.

“A França orgulha-se de ter acolhido no seu território centenas de milhares de portuguesas e portugueses nos anos 50 e 60, desterrados pela pobreza, pela violação sistemática dos seus direitos, pela repressão política arbitrária e cruel, e por recusarem-se em participar neste sistema e nestas guerras injustas”, disse o Presidente francês.

Atualmente, os dois países partilham “laços seculares”, preparam o futuro da União Europeia e defendem as causas que determinam o futuro, partilhando “a mesma visão de um mundo livre, democrático e justo”, defendeu o Presidente francês.

“Devemo-lo à memória dos 'capitães de abril' e ao povo português que, há cinquenta anos, se levantou contra a injustiça e a pobreza e conquistou a admiração da França, da Europa e do mundo com um cravo vermelho na mão”, disse Macron, finalizando a sua mensagem com “25 de abril, sempre! Viva Portugal! Obrigado a Portugal!”.

No vídeo, Macron ainda enumerou algumas personalidades portuguesas que lutaram pela democracia, como Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, que lutaram pelos direitos das mulheres, bem como Mário Soares, Álvaro Cunhal e Emídio Guerreiro, que se refugiaram na França antes da revolução, tendo regressado a Portugal após o 25 de abril de 1974.