"O presidente Bolsonaro volta a mentir. Vergonhosa a sua submissão aos Estados Unidos", publicou o governante cubano no Twitter. "As suas calúnias vulgares contra Cuba e o programa Mais Médicos nunca conseguirão enganar o povo irmão brasileiro, que conhece bem a nobreza e humanidade da cooperação médica cubana", assinalou.

Poucas horas depois, Bolsonaro também respondeu no Twitter, lançando novas críticas ao programa cubano: "O ditador cubano recebeu mil milhões de reais do Brasil, pelo trabalho de 10 mil 'profissionais da saúde', que viviam em condições semelhantes à escravidão", escreveu.

"A festa acabou, agora esses recursos serão utilizados na nossa saúde com o programa Médicos para o Brasil", acrescentou o presidente brasileiro.

Bolsonaro afirmou esta semana que o envio de médicos cubanos para o Brasil visava a "formar núcleos de guerrilhas", e acrescentou que, se a medicina na ilha socialista fosse tão boa, teria conseguido salvar o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, tratado em Havana.

"Bolsonaro reconhece ser racista, sexista, homofóbico e admirador da ditadura militar. Deveria cuidar da corrupção na sua família, no seu governo e no seu sistema de justiça. Respeite Cuba e os seus profissionais de saúde, que fizeram mais pelos brasileiros do que vocês", disse, por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodríguez.

O programa "Mais Médicos", lançado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff, foi implementado por meio de um acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que incluía médicos cubanos.

Havana abandonou o projeto em novembro de 2018, quando Bolsonaro, então presidente eleito, denunciou a retenção de uma parte importante dos salários dos médicos pelo governo cubano.