Minutos antes do anúncio do acordo entre o Sindicato Ferroviário de Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) e a CP, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, afirmava que as conversações estavam em andamento, manifestando-se otimista que seria possível chegar a acordo e evitar a greve. Pois, como diria Marcelo Rebelo de Sousa, “conseguimos” (quando, ainda no Panamá, recebeu a notícia que Portugal ia organizar a JMJ 2023). 

Ainda antes do anúncio do fim da greve, Galamba destacou “a importância” em chegar a acordo e evitar a realização da greve que abrange o período durante o qual Lisboa acolhe a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Foi isso mesmo que aconteceu. O sindicato desconvocou de imediato a greve, que iniciou em 21 de julho e só terminava a 7 de agosto, abarcando todo o período da JMJ.

E mais, o mesmo Sindicato concordou em privilegiar a via do diálogo para resolver diferendos futuros, dando a entender que tão cedo não haverá greve na CP.

A Comboios de Portugal, por seu lado, vem reiterar que se compromete a tratar todos os trabalhadores de forma justa, bem como a analisar, nos próximos meses, “outras matérias de relevância sinalizadas pelas partes”. E acrescenta que quaisquer medidas a ser aplicadas, “estas serão transversais a toda a empresa”, assegurou.

Boas notícias, portanto? Em princípio, sim. 

De volta ao Galamba, quando questionado sobre as notícias que indicavam que o seu ministério já tinha chegado a acordo com o SFRCI, faltando apenas o aval das Finanças para o mesmo ser fechado, o ministro das Infraestruturas não confirmou, afirmando que as negociações ainda estão a decorrer.

"Não confirmo, de todo, essa notícia. Confirmo, isso sim, que estamos em conversações, como sempre temos estado com os sindicatos todos, e em concreto (o SFRI), neste momento, o último com que falta chegar a acordo, mas continuamos a acreditar e (estamos) otimistas de que é possível chegar a acordo e evitar a manutenção de greve", referiu, na altura, Galamba.

O acordo acabou por chegar e, para já, a greve na CP está desconvocada.

Resta saber se os portugueses, especialmente os utentes que precisam diariamente deste meio de transporte, vão ter descanso e deixar de ouvir falar em “greve na CP”, nos próximos tempos.

*com Lusa