John Lauro disse, em entrevista à televisão norte-americana CNN, na terça-feira à noite, que se trata de “um esforço não só para criminalizar, mas também para censurar a liberdade de expressão” de Donald Trump.

O ex-Presidente norte-americano foi acusado, na terça-feira, de quatro crimes de conspiração contra os Estados Unidos, indicou o Departamento de Justiça, em Washington.

As acusações, associadas aos esforços de Trump para anular os resultados da eleição presidencial de 2020, centram-se sobretudo nos esquemas do ex-Presidente e aliados para subverter a transferência de poder e mantê-lo no cargo, apesar da derrota frente a Joe Biden.

John Lauro disse que Donald Trump foi aconselhado por um advogado, John Eastman, o arquiteto de uma estratégia legal destinada a manter Trump no poder.

Além disso, após as presidenciais de 2020, pessoas terão dito ao então líder dos Estados Unidos que “havia problemas” com as eleições “e que ele também viu em tempo real que as regras estavam a mudar sem que as legislaturas estaduais fossem tidas em conta”.

Lauro disse ainda que cabe agora ao juiz determinar de que forma Trump vai aparecer em tribunal, na quinta-feira, mas garantiu que o agora candidato às primárias republicanas estará presente virtual ou pessoalmente em Washington.

As reações dos líderes do Congresso à mais recente acusação de Trump foram, em grande medida, partidárias.

O líder democrata da maioria no Senado, Chuck Schumer, e o líder da minoria na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, qualificaram o motim de 06 de janeiro de 2021 no Capitólio “um dos dias mais tristes e infames da história americana, orquestrado pessoalmente por Donald Trump e alimentado pela sua insidiosa Grande Mentira”.

Porém, os aliados republicanos de Trump no Congresso criticaram a acusação e o momento.

A deputada Elise Stefanik, de Nova Iorque, qualificou a acusação de “uma tentativa ilegal para interferir nas eleições de 2024”, para as quais Donald Trump está a fazer campanha.

Uma reação conhecida também na terça-feira foi a do antigo vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence que condenou as ações do ex-Presidente.

Num comunicado, Pence disse que as acusações servem como um aviso importante de que “qualquer pessoa que se coloque acima da Constituição nunca deve ser presidente dos Estados Unidos”.

O governador da Florida, Ron DeSantis, o maior rival de Trump, não defendeu o antigo presidente, mas prometeu, na rede social X (antigo Twitter), “acabar com a captura do governo, substituir o diretor do FBI e garantir um padrão único de justiça para todos os norte americanos”.

Outro candidato republicado, o empresário de biotecnologia Vivek Ramaswamy, defendeu que Trump “não é a verdadeira causa do que aconteceu em 06 de janeiro” de 2021 e justificou o assalto ao Capitólio com a “censura sistemática e generalizada dos cidadãos”.

O antigo congressista do Texas, Will Hurd, e o ex-governador do Arkansas, Asa Hutchinson, dois dos maiores críticos republicanos de Trump, defenderam que o empresário não deveria ser o próximo presidente dos Estados Unidos.