Numa mensagem na conta pessoal na rede social X, o comissário-geral da agência, Philippe Lazzarini, disse que “entre os inúmeros civis, mulheres e crianças mortos na guerra” estão “confirmados 130 colegas da UNRWA”.

“Ninguém é poupado, é uma tragédia humana devastadora e interminável”, disse Lazzarini, pouco depois de o exército israelita ter começado a instar as pessoas a abandonarem a parte oriental da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, onde os militares israelitas já estão destacados.

O exército israelita descreveu agora a zona como “muito perigosa” para os civis, depois de ter efetuado uma incursão terrestre no norte e de ter pedido aos civis para se deslocarem para o sul da Faixa de Gaza, tal como denunciado pela UNRWA.

“Dizem às pessoas para se deslocarem para Rafah para receberem ajuda, mas nós não podemos ajudar milhares de pessoas recentemente deslocadas internamente”, disse o chefe da UNRWA em Gaza, Thomas White, referindo-se ao crescente afluxo de pessoas para a zona próxima da fronteira com o Egito.

No entanto, a própria agência alertou que, mesmo em Rafah, “para onde as pessoas estão a ser forçadas a deslocar-se, há bombardeamentos ocasionais todos os dias”.

“As pessoas estão a pedir ajuda para saber onde se podem sentir mais seguras. Já não há um lugar seguro para onde ir porque simplesmente não há para onde ir [na Faixa de Gaza]. As pessoas que foram obrigadas a deslocar-se várias vezes estão agora a ser pressionadas a mudar-se para uma área minúscula no sul, na sequência de ordens de retirada. O que se segue?”, lamentou a diretora de comunicação da UNRWA, Juliette Touma.

A guerra entre Israel e o Hamas em Gaza começou a 07 de outubro, na sequência de um ataque surpresa do grupo islamita – classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – em território israelita que fez mais de 1.200 mortos e mais de 240 reféns levados para a Faixa de Gaza.

Até à data, 122 reféns permanecem no enclave, bem como os corpos de outros 15 reféns confirmados como mortos. Entretanto, os bombardeamentos israelitas já mataram cerca de 15.900 pessoas em Gaza, a maioria das quais mulheres e crianças. As autoridades estimam que há mais de 7.000 desaparecidos sob os escombros, pelo que o número de mortos pode ser muito superior.