“Nesta situação crítica para todos nós, a Rússia não deve subestimar a nossa união e determinação como parceiros dentro da União Europeia (UE) e como aliados dentro da NATO”, realçou Olaf Scholz, após uma reunião com os líderes dos três países bálticos, que decorreu em Berlim.

O chefe de governo alemão acrescentou também que leva as preocupações [da Rússia] “muito a sério”.

“[Estes esforços] Não são menos do que evitar uma guerra na Europa”, salientou Scholz, que continua a apontar a diplomacia como prioridade para uma “desescalada” das tensões.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, anunciou hoje que respondeu em nome dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) às cartas que Moscovo lhes enviou para que tomassem posições separadas sobre a crise na Ucrânia.

“Respondi em nome dos Estados-membros da UE às cartas que tinham recebido do ministro [dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei] Lavrov”, disse Borrell na sua conta na rede social Twitter.

O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança defendeu na mesma mensagem que as “tensões e desacordos devem ser resolvidos através do diálogo e da diplomacia”.

Na quarta-feira, o chanceler alemão recebeu os chefes de Estado francês e polaco, Emmanuel Macron e Andrzej Duda, respetivamente, após ter viajado até Washington na segunda-feira, para um encontro com o Presidente norte-americano Joe Biden.

Olaf Scholz tem agora prevista uma viagem a Moscovo, dia 15 de fevereiro, onde irá encontrar-se com Vladimir Putin, após estar em Kiev no dia anterior.

“Uma nova agressão militar russa contra a Ucrânia teria consequências políticas, económicas e estratégicas muito sérias para a Rússia”, alertou também o governante.

“Agora esperamos que a Rússia tome medidas claras para reduzir as atuais tensões na região”, frisou, acrescentando que os ocidentais estão abertos a “um diálogo sério com a Rússia” e que já apresentaram “propostas concretas” para essas conversações, sem especificar quais.

Após a reunião entre os estados bálticos e a Alemanha, o primeiro-ministro letão, Arturs Krisjanis Karins, saudou a promessa de Berlim de enviar mais tropas para a vizinha Lituânia em breve, porque permite “aumentar a segurança regional”.

Olaf Scholz disse no domingo que a Alemanha, que lidera uma operação da NATO na Lituânia, onde estão 500 militares alemães destacados, estava pronta para enviar tropas adicionais para os países bálticos, disponibilidade que voltou a confirmar hoje.

A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.

A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO