
Numa reunião extraordinária realizada na sexta-feira, que juntou os autarcas das Câmaras do distrito de Faro e outras entidades, António Miguel Pina qualificou como “preocupante” a situação de seca que afeta o Algarve e considerou que os municípios devem “ser proativos”.
Citado em comunicado, o presidente da AMAL considerou que as autarquias devem estar implicadas, desde já, no controlo e combate às as perdas de água, numa mudança de hábitos de consumo da água, na promoção da reutilização das águas residuais para usos urbanos e de rega ou no estudo da alimentação de aquíferos.
“Chova muito ou não, esta questão não pode ser abandonada. Cabe-nos, a nós autarcas, fazer o que estiver ao nosso alcance para pôr em prática soluções que possam, a curto prazo, minimizar os efeitos da seca”, afirmou o também presidente da Câmara de Olhão.
Além dos autarcas, a reunião de trabalho contou com o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, e Joaquim Peres, em representação da Águas do Algarve, entidade gestora do sistema multimunicipal de água da região.
Segundo a AMAL, o vice-presidente da APA apontou o sotavento como a zona que causa “mais preocupações” em termos da atual capacidade das barragens na região, e considerou que, “se não chover”, haverá “com toda a certeza, um problema de falta de água no próximo ano” na zona mais oriental do Algarve.
Para aquele responsável, é necessário prosseguir o esforço de implementação de “medidas de contingência já identificadas” e “em vigor”, dando como exemplos “a sensibilização da população, a reutilização das águas residuais e as restrições no licenciamento de novas captações de água subterrânea”.
A medição das disponibilidades de água na região, os consumos atuais e “ações que promovam soluções, a curto e médio prazo, como seja a reutilização de água tratada” são pontos que o Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve irá contemplar, mas que “devem ser desde já postas em prática”, defendeu.
O representante da empresa Águas do Algarve, Joaquim Peres, citado pela AMAL, considerou tratar-se de um “problema estrutural” e “não circunstancial”, referindo que a empresa já está a trabalhar para a “reutilização” e “um combate mais apertado às perdas de água e intrusões salinas na rede”.
Durante a reunião, foram também abordadas soluções como a construção de uma nova barragem no Algarve ou a criação de uma central de dessalinização de água do mar, acrescentou a AMAL.
No final de novembro, os autarcas da região já tinham estado reunidos com os ministros do Ambiente e Agricultura, a secretária de Estado do Turismo e empresas ligadas ao setor do turismo para debater a temática da seca.
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