Meng Hongwei, vice-chefe do aparelho de Segurança chinês, que inclui tribunais, polícia e polícia secreta, foi anunciado como o novo responsável máximo da Interpol, durante a assembleia-geral anual da organização, em Bali, na Indonésia.

Trata-se do primeiro cidadão da República Popular da China a assumir aquele cargo, segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, e sucede à francesa Mireille Ballestrazzi.

A nomeação ocorre numa altura em que Pequim intensifica a campanha Fox Hunt (Caça à Raposa), que desde o início do ano conseguiu já repatriar 634 fugitivos chineses, a partir de 40 países e regiões, acusados de corrupção.

As autoridades chinesas têm apelado a uma maior cooperação internacional na “Caça à Raposa” e vários países europeus, entre os quais Espanha, França e Itália, extraditaram já fugitivos chineses.

No entanto, a campanha tem sido também controversa, com alegações de que agentes chineses têm operado secretamente além-fronteiras, sem o consentimento das autoridades locais.

Após ascender ao poder, em 2012, o Presidente da China, Xi Jiping, lançou uma campanha anticorrupção que resultou já na punição de mais de um milhão de funcionários chineses.

A campanha não inclui, porém, maior transparência, como exigir a declaração de bens aos membros do Governo ou a supervisão do Partido Comunista Chinês por um organismo independente.

Com sede em Lyon, França, a Interpol faz a ligação entre polícias de 190 países membros, com o objetivo de apoiar no combate à criminalidade além-fronteiras.