Esta é uma das propostas contidas no Relatório Sobre a Avaliação do Acesso ao Ensino Superior, pedido pelo Ministério do Ensino Superior e Ciência e que deverá servir de base a eventuais alterações no sistema de acesso ao ensino superior.

No relatório, a equipa de investigadores começa por lembrar que o número de pessoas com formação superior em Portugal continua muito abaixo da média europeia e da OCDE e que as instituições de ensino superior têm feito várias ações para atrair novos alunos, muitas vezes com pouco sucesso.

Outros dos pontos salientados no relatório prendem-se com o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano e com a crescente adesão dos estudantes aos cursos profissionalizantes.

Atualmente, quase metade dos alunos do ensino secundário (45%) frequenta cursos profissionalizantes, mas apenas uma pequeníssima percentagem continua os estudos no ensino superior (4%), sublinha a equipa coordenada por João Guerreiro, presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior.

Tendo em conta estas realidades, a equipa defende a “criação de um concurso especial de acesso ao ensino superior para os diplomados dos cursos profissionalizantes (cursos profissionais e cursos de aprendizagem)”.

O grupo de estudo defende alguns ajustamentos e novas opções no acesso ao ensino superior tendo em conta a variedade de modalidades existentes no ensino secundário, que vão desde os clássicos cursos cientifico-humanísticos aos percursos artísticos especializados e aos profissionalizantes.

Os investigadores entendem que devem ser criados novos concursos especiais de acesso, que devem ser adequados às ofertas do secundário, e que as condições de certificação para o acesso devem ser simplificadas.

No que toca aos alunos dos cursos artísticos especializados, por exemplo, a equipa de estudo defende o fim dos exames nacionais como condição para a certificação destes diplomados para a candidatura ao ensino superior.

A atribuição de maior autonomia às instituições de ensino superior no momento de escolher os seus alunos é outra das posições defendidas pelo grupo de trabalho.

Aumentar a percentagem de licenciados em Portugal e o número de alunos a frequentar as instituições de ensino superior são duas das preocupações dos investigadores, que defendem também que deveria haver um concurso nacional de acesso aos cursos Técnicos Superiores Profissionais, que funcionam nos institutos politécnicos.