A informação foi hoje avançada pelo diretor nacional da Aquicultura, António José da Silva, em declarações à imprensa, à margem da segunda Conferência Nacional sobre a Aquicultura, que durante dois dias pretende orientar, divulgar e impulsionar a atividade.

Segundo António José da Silva, está a ser finalizado um projeto de mapeamento das potenciais zonas para a prática da aquicultura no país, que revelou já a potencialidade em todo o país de se desenvolver a aquicultura.

António José da Silva disse que há muito interesse em se investir na aquicultura, havendo atualmente catalogados 103 projetos – 91 da aquicultura continental e 12 de maricultura – todos à espera de financiamento.

O responsável avançou que a meta de produção para este ano é de 10 mil toneladas, mas até à data foram produzidas apenas 429 toneladas, esperando atingir as mil toneladas até ao fim do ano.

“Para este ano, vamos fazer o possível para atingirmos as metas, mas acreditamos que vai ser difícil, dadas as dificuldades e constrangimentos que vivemos até ao momento”, disse.

“Prevemos produzir 10 mil toneladas em 2016 e 20 mil toneladas em 2017. Estas são as metas que nos predispusemos a atingir, caso todas as premissas estivessem criadas, mas no entanto ainda nos defrontamos com alguns problemas, o maior deles a falta de ração”, referiu.

Para 2017, há uma necessidade de importação de ração de 30 mil toneladas, para se atingir a meta de 20 toneladas de produtos piscícolas.

“Atualmente é quase toda importada, há uma fábrica de ração na Quibala, província do Cuanza Sul, mas é insuficiente para a demanda e também está em fase experimental, uma fábrica não seria suficiente para cobrimos todas as necessidades”, realçou.

As dificuldades de financiamento colocaram também na gaveta 12 projetos, estando apenas em execução, resultante de uma parceria entre Angola e a Coreia do Sul, o projeto de repovoamento do carapau, a ser construído na zona dos Ramiros, Luanda, prevendo-se a sua conclusão em julho de 2017.

António da Silva sublinhou que este projeto, um investimento de seis milhões de dólares, será o primeiro de maricultura em Angola.

Angola conta, além da Coreia do Sul, com a cooperação da Noruega, Brasil, Namíbia, Indonésia e Cuba na área da aquicultura.