Segundo a agenda do parlamento, a audição conjunta foi marcada para as 15h da próxima sexta-feira. O ex-secretário de Estado da Defesa Marco Capitão Ferreira tinha cancelado uma audição parlamentar invocando a sua condição de arguido, que foi conhecida após a sua demissão do Governo, no dia 7 de julho.

Nessa sexta-feira, o ministério da Defesa Nacional confirmou a presença das autoridades "nas suas instalações, na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021".

Marco Capitão Ferreira é suspeito dos crimes de corrupção e participação económica em negócio. A operação da PJ, levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) acompanhada pelo Ministério Público (MP), foi adiantada primeiro pelo próprio Ministério da Defesa Nacional (MDN).

Entre os "factos vindos a público" sobre os quais os deputados querem esclarecimentos da ministra da Defesa e do ex-titular da pasta, atual ministro dos Negócios Estrangeiros, estão notícias do Expresso que revelam que Marco Capitão Ferreira realizou um contrato de assessoria em 2019 com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, sem, alegamente, ter prestado o serviço.

O contrato de assessoria assinado entre o secretário de Estado e a Direção-geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), à data liderada por Alberto Coelho - um dos envolvidos na operação judicial ‘Tempestade Perfeita’ e nome ligado à derrapagem dos custos na requalificação do antigo Hospital Militar de Belém, foi assinado em 25 de março de 2019.

Com uma vigência de 60 dias e no valor de 50 mil euros mais IVA, segundo o ex-próprio secretário de Estado, o contrato de assessoria foi assinado em 25 de março de 2019 e os serviços foram concluídos quatro dias depois, em 29 de março desse ano.