“Não vejamos em cada vez que não se concorda que haja qualquer tipo de drama ou zanga. Não estamos nada zangados. Não há nenhuma zanga. Não estamos zangados e cada um vai cumprindo as suas funções. Nunca, até agora, o Presidente da República me chamou a atenção de que eu ou o Governo tínhamos extravasado as nossas competências constitucionais. As vezes discordamos, sim, faz parte”, afirmou António Costa.

À margem da visita a uma nova residência para estudantes da Universidade do Porto, o primeiro-ministro salientou que a Constituição define qual a competência de cada um e que o sistema constitucional é “muito inteligente e sofisticado”, permitindo um “equilíbrio de poderes para garantir que ninguém tem uma prevalência absoluta”.

“Isso tem funcionado muito bem”, considerou, defendendo ser natural não pensar o mesmo que o Presidente da República sobre determinadas matérias.

“Temos pensamentos diversos”, disse António Costa, notando que, apesar das orientações políticas diferentes, a relação de ambos tem sido “institucionalmente correta”.

“Acho que muita gente que votou num Presidente da República com determinada orientação política e numa maioria parlamentar com outra orientação política quis esse equilíbrio que existe e essa tensão. Tensão não é no mau sentido, é tensão no sentido do equilíbrio, para que as pontes se mantenham direitas, temos de ter aqueles cabos de tensão a segurar precisamente a sustentabilidade das pontes”, disse, reforçando que se referia a uma “tensão que assegura a sustentabilidade saudável das instituições”.