Na reunião plenária de hoje, os eleitos debateram o encerramento dos postos localizados nas freguesias de Santa Maria Maior, Alcântara e Areeiro, e apreciaram cinco moções sobre o assunto apresentadas por PEV, PCP, PSD, BE e PS.

A moção apresentada pelo PEV foi a primeira a ser votada, sendo que o ponto que previa "exigir ao Governo que impeça o encerramento das estações dos CTT da Junqueira, Olaias e Socorro, mantendo a disponibilização aos utentes de todos os serviços que já prestam neste momento" foi aprovado com a abstenção do CDS, MPT e PPM, e o voto favorável do PS, deputados independentes, PEV, PCP, BE, PAN e PSD.

Por unanimidade, foi aprovado o ponto que pedia aos deputados que se solidarizem "com a população, os utentes e os trabalhadores".

Já um ponto parecido, constante da moção apresentada pelo PCP, mas que previa a solidarização "com as lutas das populações e dos trabalhadores" contra os encerramentos, mereceu os votos contra do PSD e a abstenção do MPT e CDS-PP. A mesma votação teve o ponto que exige "da administração dos CTT que mantenha em funcionamento" estas estações.

Porém, foi chumbado outro ponto do mesmo documento, que pedia ao "Governo que impeça a destruição dos CTT, dando início a um processo de recuperação de controlo público desta empresa". Este ponto mereceu os votos contra do PS, PSD, PPM, MPT e CDS-PP, a abstenção de dois deputados independentes e votos favoráveis dos restantes eleitos.

Também por unanimidade foi aprovada quase toda a parte deliberativa da moção apresentada pelo PSD, que previa que a estação das Olaias se mantenha ao serviço da população, que pedia à Câmara que "manifeste o seu protesto e procure intermediar no sentido da continuidade desta estação", e que "seja pedido um parecer à ANACOM" sobre o assunto.

Já o ponto da moção que pedia aos CTT que "apresentem um conjunto de compromissos, caso mantenham esta decisão unilateral" mereceu os votos contra de PCP, PEV e BE, mas acabou por ser também aprovado.

Os eleitos aprovaram também por unanimidade "expressar o seu repúdio pelo encerramento das três estações", mas chumbaram o ponto que previa "apelar à Assembleia da República e ao Governo que os CTT - Correios de Portugal sejam resgatados para a esfera pública". Este ponto mereceu os votos contra das bancadas do PS, MPT, PPM, CDS e PSD, e a abstenção de dois deputados independentes.

Os deputados municipais aprovaram ainda, por unanimidade, a moção do PS, que previa "manifestar o seu veemente desacordo com o encerramento previsto das estações", e que "seja pedido parecer à ANACOM sobre o encerramento das estações citadas e o adequado cumprimento da garantia da oferta de um serviço público postal universal" na capital.

Para o deputado Modesto Navarro, do PCP, o anterior Governo PSD/CDS-PP "foi responsável pela entrega dos CTT aos privados", sendo que agora é necessário impedir a sua "destruição".

Também Ricardo Moreira (BE) apontou que a empresa "geria bem o serviço público", mas a nova gerência "pilhou a empresa", pelo que a "degradação do serviço é visível para todos", rematou o eleito.

Para Cláudia Madeira, do PEV, "é cada vez mais urgente" que o serviço postal regresse à esfera pública, pelo que "a Câmara não pode concordar" com o encerramento dos postos de Lisboa.

Por seu turno, Fernando Braamcamp (eleito do PSD) advogou que "é o serviço público que está em causa e o bem-estar da população tem de ser acautelado nestas situações".