O projeto, intitulado Fighting Against Radicalization, envolve nove países da Europa e dez entidades, sendo financiado pela Comissão Europeia com quase um milhão de euros, numa iniciativa de "investigação, intervenção e acompanhamento" na área da radicalização dentro e fora das cadeias, informou hoje o presidente da APCP, Vitor Nuno Anjos, que falava aos jornalistas à margem do 4.º Congresso Nacional Conversas de Psicologia, que decorre em Coimbra.

O protocolo foi assinado na segunda-feira, em Itália - país que coordena o projeto -, e estará em ação até 2020, procurando prevenir a radicalização, seja religiosa, política ou sexual, explanou Vitor Nuno Anjos.

A equipa de investigação da APCP está em Itália a estudar os dossiês e a traduzir as ferramentas europeias para depois formar "técnicos para que possam implementar no terreno essas mesmas formações", aclarou.

Segundo Vitor Nuno Anjos, a associação já trabalhou no passado com alguns estabelecimentos prisionais, sendo que a intervenção, neste caso, não se resume a apenas reclusos e ex-reclusos, mas também vai contar com a formação e especialização dos profissionais que trabalham nas cadeias portuguesas, como os guardas prisionais, assistentes sociais, administrativos e psicólogos.

No decorrer do projeto, serão ainda realizados estudos de investigação e poderão ser desenvolvidos debates e manuais.

Para além de se querer promover a fim da radicalização, o projeto tem também a ambição de prevenir a radicalização, com a ajuda dos funcionários que trabalham no contexto prisional, referiu o responsável da associação.

Questionado pela agência Lusa sobre como se previne a radicalização, Vitor Nuno Anjos referiu que o projeto irá "trazer na altura certa as respostas".

O presidente da APCP espera que em 2018 o projeto comece a ser aplicado no terreno, com ações de formação.