"Ontem, a DBRS manteve o nível [do ‘rating’], portanto não subiu e nem sequer apresentou uma perspetiva de subida, pelo contrário, apontou diversas fragilidades", afirmou Assunção Cristas. Em declarações aos jornalistas depois de ter participado, em Marco de Canaveses, na sessão de apresentação do independente Paulo Teixeira como candidato do CDS-PP à presidência da autarquia local, a líder centrista defendeu que "se Portugal se quer livrar dessas agências tem de trabalhar de maneira diferente".

"Temos de trabalhar melhor e não nos podemos contentar com muito pouco, que é aquilo que o Governo está a fazer, este Governo das esquerdas unidas ou da muralha de aço, como ontem foi batizado", acrescentou a líder democrata-cristã.

A agência de notação financeira DBRS anunciou, na sexta-feira, que decidiu manter o 'rating' atribuído a Portugal em 'BBB' (baixo), o primeiro nível de investimento acima do 'lixo', com perspetiva estável.

Insistindo nas críticas ao executivo do PS, a presidente do CDS-PP recordou que os resultados que o país apresenta atualmente estão aquém daquilo que António Costa prometeu aos portugueses nas eleições.

"Comparo aquilo que era a promessa do então candidato a primeiro-ministro António Costa com aquilo que é o resultado apresentado pelo primeiro-ministro António Costa e o resultado é muito fraco, atendendo àquilo que eram as promessas e atendendo àquilo que era o caminho que já vinha de 2015, de um crescimento de 1,6% e de uma dívida pública a baixar para os 128% do PIB", declarou.

Para a líder do CDS, "nesta altura, para ser bom", o país teria de estar a crescer ao nível de Espanha, de estar a diminuir a dívida ao nível da Irlanda e de ter juros mais baixos, como aconteceu com o anterior Governo.

"Os juros estavam muito baixos, apenas a uma distância de meio ponto dos juros de Espanha e agora estão a dois pontos e meio de diferença", acentuou.

Cristas considerou também que Portugal vive um período de "grande imobilismo" e que "não progride ao ritmo que seria desejável", acrescentando que o apoio do PCP e do BE ao Governo é uma forma de "anestesiar o país e dar uma aparência de paz social".

Sobre as autárquicas de 01 de outubro, a líder centrista destacou que o CDS-PP vai ter mais candidaturas do que nas últimas eleições e que deseja dar continuidade à recuperação do número de câmaras municipais que se verificou em 2013.

"A nossa vontade é de fazer crescer o partido e a nossa convicção é que isso vai acontecer, seja em lista própria, seja em coligação, em muitos casos ajudando a conquistar câmaras", disse.

Assunção Cristas elogiou Paulo Teixeira, antigo presidente da Câmara de Castelo de Paiva pelo PSD, que é agora o candidato em Marco de Canaveses pelo CDS.

A dirigente destacou o percurso autárquico do candidato no concelho vizinho e a sua ambição para Marco de Canaveses, prevendo que o CDS-PP pode conquistar a presidência daquele município governado há três mandatos pelo PSD.