Dezenas de trabalhadores do HCVP, que iniciaram uma greve na terça-feira, estão hoje concentrados junto àquela unidade por aumentos salariais e prosseguimento e conclusão do Acordo de Empresa.

A adesão à greve dos enfermeiros, técnicos de saúde, auxiliares e funcionários das cantinas do Hospital Cruz Vermelha Portuguesa no turno da noite foi de 100% e no da manhã 90%, estando apenas a ser cumpridos os serviços mínimos, segundo fonte sindical.

Em comunicado, o HCVP lamentou “a posição irredutível dos sindicatos ao longo do processo de negocial, que durou um ano, na tentativa de alcançar um novo Acordo de Empresa”.

“Perante esta intransigência dos sindicatos, o Hospital considera que a greve convocada para o dia de hoje não faz qualquer sentido nem contribui para a manutenção de um clima de diálogo”, é referido.

Na nota, a administração do hospital adiantou que a atividade normal do HCVP não foi afetada, havendo apenas a referir a necessidade de reprogramar algumas cirurgias, umas antecipadas e outras adiadas para o dia de amanhã [sexta-feira] ”.

A greve dos trabalhadores, que teve início às 23 horas de quarta-feira, foi convocada pelo Sindicato da Hotelaria do Sul e Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Em declarações hoje de manhã à agência Lusa, Fernando Pinto explicou que a Sociedade Gestora do Hospital Cruz Vermelha Portuguesa (HCVP) avançou em abril de 2016 com a apresentação da denúncia do Acordo de Empresa (AE), assumindo a intenção de rutura com o atual AE em vigor”.

O sindicalista contou que ao “longo de cerca de duas dezenas de reuniões de negociação diretas com o HCVP e após já terem sido apresentadas três reformulações das propostas (última foi apresentada a 28 de abril), a sociedade gestora do hospital optou por voltar a negociar tudo de novo”.

“Está prevista uma reunião com a administração no dia 22 de junho. Nós não fechámos as negociações. Esta greve é uma chamada de atenção para os problemas dos trabalhadores, que querem ver uma melhoria das suas condições de vida e regularização salarial”, disse.

Segundo Fernando Pinto, a HCVP “não tem intenção de negociar os aumentos salariais pelo facto de recorrer a precários através de empresas de subcontratação e de falsos recibos verdes para ocuparem postos de trabalho permanentes”.

“Por isso, decidimos os trabalhadores decidiram avançar para a greve, para exigir aumentos salariais para todos, pelas 35 horas semanais, pelo prosseguimento e conclusão das negociações e assinatura do AE, sem perda de direitos, pela integração no AE de todos os funcionários que prestam serviço no hospital e cumprimento dos direitos consagrados no AE”, disse.