O pedido de desculpa formalmente apresentado pelo atual presidente da Federação Russa de Atletismo (ARAF), Dmitry Shlyakhtin — "não voltará a acontecer", disse — não chegou para convencer a assembleia, que votou por 166 contra 21 a manutenção da exclusão da Rússia das competições internacionais.

A proposta do Conselho Diretivo confirmava no entanto que há apreciáveis melhorias na situação do controlo antidoping na Rússia, pelo que é de esperar que se possa ver uma mudança de posição no próximo Congresso, que será já em 2018.

Para regressar, a Rússia precisava de dois terços dos votos em jogo. Assim sendo, não apresenta equipa própria e o máximo de abertura conseguida é a presença de 21 atletas russos a competir individualmente, sem direito a identificação de país, bandeira ou hino.

Depois de Shlyakhtin falar, o norueguês Rune Andersen, que está à frente da Task Force para o acompanhamento do trabalho de reabilitação da Rússia, acentuou que "ainda há muito por fazer".

Em novembro de 2015, a IAAF suspendeu a ARAF, seguindo a recomendação da Comissão Independente da Agência Mundial Antidopagem (AMA), que publicou um amplo relatório sobre práticas de dopagem e ocultação de resultados positivos no país.

Essa decisão tem vindo a ser sucessivamente confirmada e já na segunda-feira ficou claro que era para continuar, com a aprovação por unanimidade, no Conselho Diretivo, da recomendação de suspensão, ao mesmo tempo que se permite a presença de atletas que expressamente manifestem desejo de competir e que recebem autorização, por não terem quaisquer ligações ao doping.