Falando à Lusa, à espera que o presidente Teodoro Obiang Nguema chegasse para votar, o presidente da comissão eleitoral e também primeiro vice-primeiro-ministro do país explicou que “não se verificou nenhum incidente” na votação, assegurando que as urnas “abriram todas às 08:00 locais”, 07:00 em Lisboa.

No entanto, confrontado pela Lusa com o facto de algumas mesas de voto na capital Malabo terem atrasado a abertura por falta de boletins de voto de um dos partidos da oposição, a coligação Juntos Podemos, Clemente Engonga Onguene, que é militante do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE, no poder) minimizou a importância desses “casos isolados”.

“Nós imprimimos o mesmo número de boletins de cada partido e, por isso, foi algum esquecimento, decerto”, explicou o presidente da Junta Eleitoral.

“Se houve algum atraso foi ligeiro e já está tudo a funcionar”, disse.

Um dos observadores internacionais contactados pela Lusa criticou o modelo de voto no país. Cada eleitor recebe três folhas, uma de cada um dos partidos que disputou a votação, e coloca apenas uma num envelope pardo, que deixa na urna de voto. O resto dos papéis é colocado num caixote de lixo junto à cabine de voto.

As eleições são para o senado e parlamento, mas também para os distritos, equivalente às autarquias locais.

Ora, com este modelo — explicou o mesmo observador – não é possível a um eleitor votar num partido diferente para o senado, parlamento ou autarquia local, porque o papel de voto é exatamente o mesmo.

Hoje 300 mil equatoguineenses votam nas eleições legislativas e autárquicas do país, uma eleição em que concorrem três forças partidárias: o PDGE, a coligação Juntos Podemos e o Concidadãos para a Inovação (CI).

O país é governado desde 1979 por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo e tem sido alvo de várias acusações de violações dos direitos humanos e das liberdades políticas.

Terceiro maior produtor de petróleo da África subsariana e com uma população de apenas 1,2 milhões de pessoas, a Guiné Equatorial é um dos países com mais rendimento ‘per capita’ do mundo, com dezenas de edifícios públicos de grandes dimensões e uma construção urbana única no continente.

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