"Há áreas de desenvolvimento da cooperação na área da segurança e a mais óbvia parece-me ser a segurança marítima e atlântica", explicou Augusto Santos Silva, que disse ter ficado "muito agradavelmente impressionado com o facto de o general McMaster estar completamente a par do projeto português de constituição do centro de investigação atlântica nos Açores."

O ministro relatou que disse ao conselheiro que, do seu ponto de vista, "uma nova administração norte-americana podia ter um novo olhar, um olhar mais fresco sobre esse assunto" e que, portanto, esperava que Portugal esperava continuar a trabalhar de forma a chegar a uma solução que fosse razoável para ambos", explicou ainda o ministro.

O general McMaster, lembrou Santos Silva, disse "que percebia o ponto, percebia como Portugal era um aliado de todas as horas e valorizava muito a importância de Portugal no quadro de cooperação com os EUA".

Para o chefe da diplomacia portuguesa, os dois países devem, em conjunto, responder a esta pergunta: "Como é que podemos utilizar em beneficio de ambos a capacidade que vai sobrar na base das Lajes em função da redução que a Força Aérea americana decidiu?"

O ministro disse entender que a segurança atlântica pode ser a resposta a essa pergunta.

"É uma matéria que me parece ser do interesse estratégico de Portugal, é uma matéria na qual Portugal tem um papel de ponte com os países de expressão portuguesa em África e também do conjunto da África ocidental e uma área também do interesse estratégico dos EUA, porque sabemos que parte importante dos problemas com rotas e tráficos que cruzam o Atlântico sul tem uma expressão particular na África ocidental", explicou o ministro.

Segundo Santos Silva, os dois países já fecharam o dossiê relativo às condições laborais dos trabalhadores das Lajes, estão a examinar outros relativos às infraestruturas e tiveram progressos recentes no que diz respeito a assunção das responsabilidades dos EUA em matéria de descontaminação de solos.

"Devemos, em conjunto, responder a esta pergunta: como é que podemos utilizar em beneficio de ambos a capacidade que vai sobrar na base das Lajes em função da redução que a Força Aérea americana decidiu?", notou o responsável.

A próxima reunião bilateral entre Portugal e EUA, onde será discutido dossiê da base das Lajes, realiza-se a 10 e 11 de maio em Washington.