“Em rigor, temos neste momento sinalizadas quatro matilhas no concelho”, afirmou à agência Lusa o vereador responsável pelo Gabinete Médico Veterinário da Câmara de Sintra, admitindo tratar-se de “uma matéria que tem de ter uma resolução urgente”.

“Temos a noção de que capturar estes animais não é uma tarefa fácil, porque há populações que desejam que os animais sejam retirados da rua e há aqueles que os alimentam e, por isso, é que eles vagueiam nesses locais”, frisou Eduardo Quinta Nova.

O autarca socialista adiantou que estão identificadas matilhas na zona da Beloura-São Pedro de Penaferrim (com mais de 30 cães), na Praia das Maçãs-Colares (com 12), Massamá Norte (12) e no Telhal, na freguesia de Queluz-Belas (seis).

“Estamos a falar de matilhas, algumas com um número significativo de animais, que têm de ser capturados e colocados em terrenos vedados, com esconderijos, e é esse trabalho que já estamos a desenvolver no canil”, explicou o vereador.

Os deputados municipais André Beja e Helena Carmo, do Bloco de Esquerda, questionaram num requerimento ao presidente da assembleia municipal sobre o avistamento, nos últimos meses, junto ao quartel de bombeiros de S. Pedro, de “várias dezenas de cães, alguns deles de grande porte e com aspeto emagrecido”.

“Trata-se de matilha que deambula em liberdade e que, por vezes, apresenta comportamento agressivo”, salientaram.

Um dos eleitos do BE presenciou “a perseguição a um ciclista que circulava na Estrada Nacional 9”, em Ranholas, que foi "salvo de um ataque iminente por um automobilista que passava no local e investiu contra a matilha, dispersando-a sem provocar quaisquer danos”, relataram.

“Tratando-se de uma situação em que estão em causa a segurança, a saúde pública e o bem-estar de pessoas e animais, a autarquia não pode ficar a aguardar pela conclusão de uma obra para atuar, sendo necessárias medidas imediatas, ainda que provisórias, para prevenir acidentes graves”, advogam no documento.

Nesse sentido, os autarcas perguntaram que medidas estão a ser tomadas pela câmara “para controlar a situação” e se os procedimentos estão enquadrados pelo Regulamento de Bem-estar Animal do Concelho de Sintra.

O vereador da Saúde, Solidariedade e Inovação Social esclareceu que já foram encontrados dois espaços no canil, que serão vedados e servir para capturar os cães abandonados.

Eduardo Quinta Nova revelou ainda que, na segunda-feira, realizou-se uma reunião com o presidente da câmara, forças de segurança, médica-veterinária e responsável do canil para encontrar “uma estratégia comum”, incluindo “pedir a ajuda das pessoas que alimentam” os animais.

“Temos de ter uma intervenção articulada para a captura, desparasitação e esterilização, para que não se reproduzam, procurando treinar aqueles que ainda possam ser encaminhados para adoção”, vincou.

O autarca espera contar com o apoio de “cuidadores comunitários” para resolver o problema, uma vez que os animais não podem ser abatidos ou misturados com outros.

“Não é um problema fácil de resolver, porque temos o canil num estado de estrangulamento total, pois com uma capacidade de 325 cães, neste momento temos 400 cães no canil e mais 400 em instituições”, disse o vereador.

Para Quinta Nova, a solução passa por “dar lar aos animais e combater o abandono, que é absolutamente inaceitável”, e lamentou que, numa anterior iniciativa para capturar os cães, tenham sido destruídas as armadilhas por pessoas com receio que os animais possam ser abatidos.

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