No encerramento da Conferência Nacional Autárquica, a coordenadora do BE, Catarina Martins, apresentou a escolha do partido para concorrer às próximas autárquicas na câmara da capital, começando a líder bloquista por enfatizar que "quem olha para o país sabe hoje que as maiorias absolutas não se recomendam em lado nenhum e certamente não se recomendam em Lisboa".

"Lisboa mudou muito nos últimos anos. Certamente que em muito mudou para melhor, mas se as dificuldades de quem aqui vive são hoje maiores pelo efeito das políticas de austeridade e desemprego, é também verdade que a maioria absoluta do PS foi tempo perdido na habitação, nos transportes, nas creches para as crianças. Foi tempo perdido no essencial para a vida das pessoas e seria um tremendo erro que se repetisse nestas eleições", disse depois Ricardo Robles, na intervenção de encerramento.

O candidato, atual líder do partido na Assembleia Municipal de Lisboa, realçou que naquele município "o BE assumiu a liderança da oposição num mandato em que a direita se eclipsou".

"O PSD e CDS querem trazer para esta campanha a saudade do Governo da troika. Só lhes podemos agradecer que nos lembrem nestas eleições porque é que Lisboa não quer a direita na Praça do Município", disse.

De Catarina Martins partiram também críticas para PSD e CDS-PP: "embora haja alguma direita que acha que os protagonistas vêm antes dos programas e outra que nem protagonistas nem programas, o BE está sossegado porque debate programas e tem protagonistas".

"O BE foi oposição porque o PS governou Lisboa com poder a mais e esquerda a menos", criticou Ricardo Robles.

Segundo o candidato do BE, "o situacionismo do passado, PSD e CDS, vêm nestas eleições insistir na concessão da Carris e Metro a privados, nos negócios das suas famílias políticas, na perseguição aos idosos, no desdém pelos jovens, no convite à emigração".

Esta é uma candidatura, continuou, que "quer tratar do que é essencial para os lisboetas" que "é a cidade proibida para cá quem quer morar".

"A ex-ministra Assunção Cristas, agora candidata, inventou uma lei dos despejos que ameaçou os mais pobres e os mais velhos. Conhecemos bem a lei dos despejos da candidata CDS e se Cristas ainda não percebeu, eu digo-lhe: Lisboa não pode ser uma caixa registadora", avisou.

Para Ricardo Robles, "o essencial é melhorar a habitação", criticando a "incapacidade de resposta da Câmara de Lisboa, que anuncia com pompa e circunstância um programa de rendas convencionadas e depois disponibiliza 10 apartamentos para 844 concorrentes".

"O PS não tem estratégia para responder. È como tentar salvar o Titanic com uma colher de chá", ironizou.

Também o PS tem, na opinião do bloquista, olhado para a cidade como "uma caixa registadora".

"O erro fundamental de Fernando Medina é insistir nesta lógica de expansão sem limites que concentra os ganhos do turismo nas mãos dos hoteleiros. É inaceitável entregar o dinheiro que deveria servir para a cidade aos patrões do turismo", considerou.

Ricardo Robles apresentou a proposta do BE para o setor, que considera ser "muito simples": "cada euro da taxa do turismo deve servir para reconstruir a cidade na habitação, nos transportes, nas escolas, no comércio local".

"O município da capital deveria ser o primeiro município precariedade zero", defendeu.

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