Perante mais de 400 pessoas num almoço da campanha autárquica de Lisboa, Catarina Martins foi perentória ao afirmar a intenção do BE conquistar um vereador na autarquia da capital, à qual o partido apresenta como candidato o deputado municipal Ricardo Robles.

"Queremos dar o salto nas autarquias. Queremos crescer, sim. Mas queremos sobretudo mudar o mapa autárquico", disse, em relação ao plano nacional.

Onde "abundam maiorias absolutas, aparentemente eternas e incontestáveis", a líder do BE quer "construir alternativas à esquerda" e onde "domina autoritarismo, clientelismo e compadrio", os bloquistas pretendem "encontrar transparência, exigência e direitos das populações".

"Quem sabe a diferença que o BE está a fazer no país, sabe a diferença que o BE vai fazer em cada autarquia", enfatizou.

Em Lisboa, a maioria absoluta do PS, segundo Catarina Martins, "não deu nada à cidade", criticando "o poder absoluto" do socialista Fernando Medina e recordando que "muitas das escolhas mais erradas e mais gritantes teriam passado incólumes se não tivesse havido um deputado municipal" como Ricardo Robles a denunciá-las.

"Proponho o seguinte exercício: se o deputado municipal Ricardo Robles pôde fazer tanto perante num executivo empoleirado numa maioria absoluta, o que poderá fazer o vereador Ricardo Robles num executivo sem maioria absoluta, em que a força do BE possa ser determinante", questionou.

A mudança do mapa autárquico que o BE quer fazer no dia 01 de outubro é extensível à Câmara de Lisboa, onde Catarina Martins acredita ser "possível transformar a política autárquica".

"O Ricardo Robles é o vereador inteiro, o mandato inteiro, pela cidade inteira que Lisboa precisa", garantiu.

A reta final do discurso - que tinha começado com Catarina Martins, em linguagem gestual portuguesa, a assinalar dia mundial do surdo - foi com a líder do BE a chamar ao palco todos os candidatos do BE às autarquias do distrito de Lisboa, tendo referido, sobre cada um deles, as suas principais lutas.

Nas eleições de 01 de outubro concorrem em Lisboa Assunção Cristas (CDS-PP/MPT/PPM), João Ferreira (CDU), Ricardo Robles (BE), Teresa Leal Coelho (PSD), o atual presidente, Fernando Medina (PS), Inês Sousa Real (PAN), Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (PDR/JPP), António Arruda (PURP), José Pinto-Coelho (PNR), Amândio Madaleno (PTP) e Luís Júdice (PCTP-MRPP).