Atual presidente: Fernando Medina (PS)

População: 506.892 (2015)

Abstenção em 2013: 54,9%

É o grande confronto. A principal disputa em Lisboa joga-se para o... segundo lugar. É que a liderança deve ficar na mesma com Fernando Medina (PS), que nunca foi eleito, já que herdou o poder quando António Costa saiu dos Paços do Concelho para o palácio de São Bento.

A luta é, assim, entre Teresa Leal Coelho (PSD) e Assunção Cristas (CDS-PP). A primeira concorreu como número dois de Fernando Seara em 2013 - e perdeu. Já a líder do CDS-PP joga a sua notoriedade, como têm observado vários comentadores, e para já as sondagens sorriem-lhe.

Para Fernando Medina, porém, a questão pode ser outra e prende-se com a manutenção da maioria. As sondagens dizem que é possível, mas há sempre a possibilidade de ter de construir uma solução de governo camarário semelhante à que o antecessor montou no governo nacional.

Nestas autárquicas concorrem a Lisboa Assunção Cristas (CDS-PP/MPT/PPM), João Ferreira (CDU), Ricardo Robles (BE), Teresa Leal Coelho (PSD), o atual presidente, Fernando Medina (PS), Inês Sousa Real (PAN), Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (PDR/JPP), António Arruda (PURP), José Pinto-Coelho (PNR), Amândio Madaleno (PTP) e Luís Júdice (PCTP-MRPP).

Atual presidente: Basílio Horta (PS)

População: 381.728 (2015)

Abstenção em 2013: 59,6%

É a vila com cidades dentro. Sintra, capital do romantismo, protagonizou em 2013 um dos episódios mais apaixonantes das autárquicas. Marco Almeida, durante 12 anos vice-presidente de Fernando Seara (PSD), entrava em rutura com o partido, que escolhera Pedro Pinto, e candidatava-se como independente. Perdeu para Basílio Horta (PS), por pouco mais de 1.700 votos.​

Quatro anos volvidos, Marco Almeida concorre na mesma como independente, mas agora tem o apoio do PSD que o expulsou, com grande estrondo, em 2013. CDS-PP, MPT e PPM são os outros parceiros.

Os problemas de mobilidade num concelho periférico inundado de turistas adensam-se e motivam as acusações da oposição. Basílio, por outro lado, apresentou o projeto para um hospital de proximidade, que o executivo de que Marco Almeida fez parte não concretizou em doze anos de liderança PSD/CDS-PP. A dúvida é se esse hospital de proximidade chega para solucionar o problema do segundo concelho mais populoso do país.

Nas eleições de 1 de outubro recandidatam-se Basílio Horta (PS), Pedro Ventura (PCP/PEV) e Marco Almeida (PSD/CDS-PP/MPT/PPM), e concorrem ainda Carlos Carujo (BE), Pedro Ladeira (Nós, Cidadãos!), Cristina Rodrigues (PAN), Carlos Correia (PCTP/MRPP), Paulo Martins (PNR), Maria José Fonseca (PTP) e Anabela Henriques (PDR/JPP).

Atual presidente: Paulo Vistas (Isaltino, Oeiras Mais à Frente)

População: 173.149 (2015)

Abstenção em 2013: 53,3%

O ‘Público’ chamou-lhe “o concelho das famílias desavindas”, mas Oeiras acaba a ser o palco de um dos mais mediáticos thrillers deste domingo. Se num outro trabalho mostrámos as lutas internas do PS no noroeste do país, Oeiras é o exemplo de que as tricas não têm apenas a cor das rosas.

Aqui, o cenário é do PSD, tal como o elenco. Elenco, porém, com um passado de paixões, traições e prisões. A rima é talvez despropositada dada a gravidade do assunto, mas quando a realidade anda paredes meias com a ficção, é difícil não deambular.

Eis a sinopse: Isaltino Morais foi o líder de Oeiras durante mais de duas décadas, pela equipa laranja (mas também sem ela). Contra ele estão velhos amigos (não muito velhos, já que estão atualmente no executivo em seu nome). Paulo Vistas é atualmente presidente da câmara pelo movimento ‘Isaltino, Oeiras Mais À Frente’ (IOMAF)

Isaltino só abandonou o cargo quando foi condenado a cumprir pena de prisão efetiva por fraude fiscal e branqueamento de capitais. Enquanto cumpria pena, o ‘vice’, Paulo Vistas, tomou posse como presidente e foi eleito, em 2013, pelo mesmo movimento independente.

No entanto, os dois afastaram-se e nestas eleições concorrem em separado: Paulo Vistas pelo movimento "Independentes, Oeiras Mais à Frente" e Isaltino Morais pelo movimento "Inovar, Oeiras de Volta".

O PSD, depois de ter mantido o ‘suspense’ sobre se apoiava ou não Paulo Vistas, acabou por candidatar o presidente da concelhia, o vereador (pelo movimento de Isaltino de que Vistas tomou conta) Ângelo Pereira, numa coligação com o CDS-PP e o PPM.

Também desertora das listas de Isaltino é Sónia Amado Gonçalves, que depois de ter sido deputada municipal neste último mandato, lidera agora o movimento independente ‘Renascer Oeiras’.

É certo: o guião já está confuso e ainda não saímos do PSD e CDS-PP. O elenco tem muito mais gente. Venham os créditos finais: apresentam-se em Oeiras 13 candidaturas, de Paulo Vistas (Independentes, Oeiras Mais À Frente), Isaltino Morais (Inovar Oeiras de Volta), Sónia Gonçalves (Renascer Oeiras 2017), Joaquim Raposo (PS), Ângelo Pereira (PSD/CDS-PP/PPM), Heloísa Apolónia (CDU), Miguel Pinto (BE), Pedro Torres (PAN), Safaa Dib (Livre), Isabel Sande e Castro (Nós, Cidadãos!), Pedro Perestrello (PNR), André Madaleno (PTP) e Alda Gameiro (PCTP/MRPP).

Atual presidente: Bernardino Soares (CDU)

População: 206.719 (2015)

Abstenção em 2013: 50,5%

Há quatro anos o concelho de Lisboa saltou para o panorama nacional devido a uma coligação um tanto ou quanto improvável, a chamada coligação ‘vodka laranja’, que juntou CDU e PSD. Agora, quatro anos depois, Loures salta para o panorama nacional devido a um fenómeno que tem surgido um pouco por toda a Europa: o aparecimento de um candidato com um discurso populista.

André Ventura, 35 anos, é o candidato apoiado pelo PSD e MPT e que tem estado no centro das atenções. As declarações em relação à população de etnia cigana residente no concelho fizeram com que o CDS lhe retirasse o apoio - levando os centristas cristãos a apresentar um candidato próprio, o advogado Pedro Pestana Bastos - e ainda lhe valeu a censura de vários históricos sociais-democratas, mas não só. No entanto o candidato não arredou pé, apoiado de perto por Pedro Passos Coelho, líder do partido.

Apesar de as sondagens lhe atribuírem um terceiro lugar no domingo, com Sónia Paixão, vereadora do PS, a aparecer como principal força de oposição ao atual presidente comunista, Bernardino Soares, o facto de um candidato do maior partido português ter feito a sua campanha em ideias populistas contra minorias, ao contrário do que aconteceu no resto a Europa onde este tipo de candidato apareceu no seio de partidos extremistas, tem levantado algumas questões sobre a leitura que o resultado do PSD em Loures pode ter. Tanto a nível nacional como no seio do partido, a ascensão de uma figura política como a de Ventura, num cenário que se antecipa de derrota nas eleições autárquicas, pode ter repercussões que elevem a voz à ala mais extremista do partido que se identifica com as palavras do candidato e vê no populismo uma forma de alcançar conquistas.

A corrida à Câmara Municipal de Loures é feita também pela jurista Ana Sofia Silva (PAN), pelo contabilista Mário Pontes (PDR/JPP), pelo trabalhador municipal João Resa (PCTP/MRPP), pelo bancário Nélson Batista (Nós, Cidadãos!) e pelo rececionista Bruno Gomes (PTP).

Atual presidente: Eduardo Pinheiro (Grupo de Cidadãos Eleitores Guilherme Pinto por Matosinhos)

População: 173.748 (2015)

Abstenção em 2013: 50,9%

Já falámos de Matosinhos num outro trabalho, no preâmbulo destas autárquicas, mas voltemos a olhar para esta terra de pescadores para fazer o sumário do que lá vai. É verdade que nem tudo o que vem à rede é voto para o Partido Socialista, mas aquilo de que podemos ter a certeza é que neste mar os peixes são quase todos cor-de-rosa.

Se não vejamos: a distrital portuense, dirigida por Manuel Pizarro, candidato ao Porto, escolheu a deputada Luísa Salgueiro para concorrer à autarquia matosinhense. Há quatro anos, contudo, o candidato socialista era António Parada,  que hoje se candidata como independente contra Luísa Salgueiro, ex-vereadora de Narciso Miranda - Narciso também ex-socialista,que concorre sozinho, numa candidatura independente, contra os demais.

A escolha da distrital (por Luísa Salgueiro) fez mossa. Causou ruturas no partido, levando o ex-candidato socialista às autárquicas de 2013, António Parada, a desfiliar-se do partido por discordar desta decisão. Também o presidente da concelhia, Ernesto Páscoa, impugnou as listas do partido à câmara por considerar que a escolha "violou os estatutos".

Parada saiu do PS, mas foi "pescado" pela direita. Seduzido pelo projeto do diretor técnico da Docapesca, o CDS-PP decide apoiá-lo, rompendo um pré-acordo que tinha com o PSD. Note-se, também, que em 2013 os centristas apostaram numa coligação com o PSD.

Já a CDU decidiu voltar a candidatar o atual vereador dos Transportes e da Mobilidade da Câmara de Matosinhos, José Pedro Rodrigues e o Bloco anunciou a candidatura de Ferreira dos Santos, membro da Assembleia Municipal de Matosinhos. O PAN anunciou, pela primeira vez, uma candidatura à presidência encabeçada por Filipe Cayolla, gestor.

Para lá das três candidaturas socialistas, o processo de escolha mais atribulado foi, explica a agência Lusa, protagonizado pelo PSD, que elegeu o biólogo e fundador do Clube dos Pensadores, Joaquim Jorge, cujo nome foi reprovado pela distrital. A estrutura portuense preferiu o médico Jorge Magalhães. Esta escolha levou o líder da concelhia do PSD de Matosinhos e alguns membros da organização local a demitirem-se das suas funções.

Atual presidente: Rui Moreira (Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido)

População: 214.349 (2015)

Abstenção em 2013: 47,4%

O divórcio entre o Partido Socialista e Rui Moreira tornou uma eleição aparentemente previsível - com maioria absoluta para o atual presidente da Câmara Municipal do Porto - numa incógnita.

A incógnita, alimentada por duas sondagens que colocaram Manuel Pizarro ‘taco a taco’ com Rui Moreira, fizeram o país, e especialmente os portuenses, questionar-se acerca da influência que esta separação pode ter na vitória de Moreira e, sobretudo, acerca das possibilidades de o autarca conquistar uma maioria absoluta.

O que não parece ser uma incógnita é o resultado do PSD na cidade invicta, Álvaro Almeida, outra escolha pessoal (e controversa) de Pedro Passos Coelho - tal como foi Teresa Leal Coelho, em Lisboa - será a terceira força política na Câmara do Porto com um resultado que deverá ficar bem aquém daquele conseguido pelos sociais-democratas em 2013.

Ilda Figueiredo (CDU), João Teixeira Lopes (BE), Costa Pereira (PTP), Bebiana Cunha (PAN), Orlando Cruz (PPV/CDC) e Sandra Martins (PNR) compõe o restante lote de convidados.

Costa Pereira repete a candidatura pelo PTP (teve 0,24% dos votos em 2013), partido pelo qual Orlando Cruz (agora candidato do PPV/CDC) concorreu a Matosinhos há quatro anos.

O PAN estreia-se no Porto com a psicóloga Bebiana Cunha e o PNR, que já tinha concorrido à autarquia em 2005 (obteve 0,09% dos votos), apresenta Sandra Martins, que trabalha na área do marketing.

A CDU optou por Ilda Figueiredo, que já integrou os executivos do Porto, Vila Nova de Gaia e Viana do Castelo, foi deputada na Assembleia da República e no Parlamento Europeu.

O sociólogo João Teixeira Lopes, que saltou para o lugar de João Semedo, obrigado a afastar-se por questões de saúde, batalha pela eleição de um vereador do BE no Porto depois das tentativas que fez em 2001, 2005 e 2009.

 

Atual presidente: Paulo Cafôfo (PS/BE/MPT/PTP/PAN)

População: 105.188 (2015)

Abstenção em 2013: 49,5%

Há quatro anos, Paulo Cafôfo — que liderou a coligação Mudança, que junta PS/BE/PTP/PND/MPT/PAN — tirou pela primeira vez o Partido Social Democrata da Câmara Municipal do Funchal, posição conquistada (e amarrada) desde o 25 de Abril no Funchal até 2013.

Agora o adversário continua a ser o PSD, numa lista encabeçada por Rubina Leal, ex-secretária dos Assuntos Sociais, mas a coligação agora é outra: “Confiança”, que reúne PS, BE, JPP, PDR e Nós, Cidadãos!.

A grande batalha dá-se neste cenário com Cafôfo à procura de garantir uma maioria absoluta e manter afastado o PSD do executivo.

Já o CDS-PP aposta no líder parlamentar na Assembleia da Madeira, o gestor Rui Barreto, enquanto o ex-dirigente e atual deputado do extinto PND, Gil Canha, é o rosto de um novo projeto, denominado “Funchal Forte”. Esta coligação é constituída pelo PPM e pelo PURP.

Declarando que recusa “levar o PS ao colo”, o MPT deixou de apoiar a coligação de Cafôfo e juntou-se ao PPV/CDC, apresentando o seu dirigente regional, o professor Roberto Vieira.

O PTP também optou por concorrer com uma lista própria encabeçada por Raquel Coelho, dirigente e filha do polémico deputado regional José Manuel Coelho. A candidata tem ocupado, alternamente com o pai e Quintino Costa, o lugar conquistado no parlamento madeirense nas últimas legislativas regionais.

A CDU (PCP/PEV) renova o apoio no seu atual vereador, o advogado Artur Andrade, defendendo o partido “um novo rumo para o Funchal”, e Jorge Santos, um mecânico reformado, encabeça a lista do PCPT/MRPP.

Atual presidente: Marco Martins (PS)

População: 166.590 (2015)

Abstenção em 2013: 49,5%

É o regresso dos dinossauros. Não é o único, mas é talvez o único major. Valentim Loureiro está de volta à corrida autárquica, depois de quatro anos fora da vida política, culpa da limitação de mandatos que o impediu de concorrer em 2013.

Em 2005 o PSD tirou-lhe a confiança política por causa do envolvimento de Valentim Loureiro no caso Apito Dourado, mas não foi isso que o impediu de conquistar a câmara mais uma vez como independente com “Gondomar no coração” - era este o nome da candidatura, com que ganhou.

Quatro anos volvidos, Valentim Loureiro quer chegar novamente a um lugar que conhece desde 1993, o primeiro ano em que conseguiu a presidência da autarquia nortenha. Agora que tem Gondomar no coração, o peito enche-se de preciosidade para acolher a candidatura (também independente) “Gondomar - Valentim Loureiro - Coração de Ouro”.

Num dos concelhos com mais gente no Grande Porto, o PS vê “Gondomar com mais futuro”, futuro que quer dar ao município, mantendo Marco Martins, o atual presidente e agora candidato a mais quatro anos, nos paços do concelho. O grande desafio? O major. Marco Martins quer manter a maioria absoluta e evitar que a autarquia volte a ser governada por Valentim Loureiro, que a liderou durante duas décadas, primeiro em nome do PSD e depois como independente.

Hão de ser também estes os objetivos que a coligação PSD/CDS-PP quer alcançar. Para isso, chamou o advogado Rafael Gomes Amorim, ex-adjunto de Valentim Loureiro, e que foi chefe de gabinete de apoio à presidência da Câmara de Gondomar entre 2007 e 2010.

Já a CDU chama alguém com experiência na luta pela retirada dos resíduos perigosos depositados nas antigas minas de carvão. É o atual presidente da União de Freguesias de São Pedro da Cova-Fânzeres, Daniel Vieira, que encabeça a aposta do PCP e dos Verdes, que têm conseguido um vereador neste concelho.

Por último, aposta do Bloco de Esquerda é Rui Nóvoa, membro da Assembleia Municipal de Gondomar desde 2005, que quer dar “Mais Força para Gondomar”.

Atual presidente: Vítor Pereira (PS)

População: 48.964 (2015)

Abstenção em 2013: 42,2%

Bastião social-democrata e da neve, a Covilhã foi conquistada há quatro anos pelo socialista Vítor Pereira, que agora se recandidata para continuar com o trabalho à porta da Serra da Estrela.

Quem não tem gostado do trabalho do socialista é Carlos Pinto, ex-PSD, que mandou nos destinos da Covilhã entre 1989 e 1993 e novamente, sem paragens, entre 1997 e 2013.

Carlos Pinto quis voltar à cadeira do presidente, mas quando foi bater à porta do PSD já os sociais-democratas tinham decidido que o candidato seria o presidente da Comissão Política Concelhia do PSD da Covilhã, Marco Batista, com “Vontade de Mudar” os resultados na autarquia, já que há quatro anos conseguiram apenas um vereador.

Carlos Pinto foi sempre eleito pelo PSD, mas sem oportunidade no partido, apresenta-se pelo movimento “De novo, Covilhã”, com o objetivo de pôr o concelho no caminho do desenvolvimento, caminho de que, diz, se desviou nos últimos quatro anos.

Faltará sal nas estradas para que o caminho seja mais fácil. Sal ou sangue jovem, pergunta o CDS-PP, que deixa os independentes que apoiou há quatro anos e candidata o ex-secretário de Estado do Turismo Adolfo Mesquita Nunes, que é natural da Covilhã, para onde quer levar “uma nova energia”.

Na CDU (PCP-PEV), que em 2013 conquistou 11% dos votos e elegeu um vereador, a aposta recai sobre Mónica Ramôa. Já o Bloco de Esquerda escolheu João Corono, gerente de hotelaria na cidade, para melhorar os 503 votos que recebeu em 2013.

Mas os candidatos talvez não sejam aquilo de que mais interessante a Covilhã tem para apresentar nestas eleições. E não estamos a falar de neve, já que as previsões dão para altas temperaturas este domingo. Nada disso, a Covilhã teve uma campanha agitada.

Se não vejamos: durante um debate numa rádio local, a presidente de uma das freguesias decidiu imitar o sotaque de um dos adversários, ex-emigrante. Tentou corrigi-lo, mas acabou com problemas com clíticos (não é uma piada xenófoba, é gramática).

Atirava a candidata: “Não estou apojada em ninguém. Podia estar apoiada. É bom que esse português melhore senão na Barroca Grande ninguém vai-o [sic] entender”. Ora, a posição correta daquele o (clítico) seria antes do vai, numa posição proclítica e menos embaraçosa para quem corrige e acaba errado - e não apenas na gramática.

Para além de acusações de xenofobia, a campanha para a Covilhã sofreu ainda a interrupção por causa da morte de um candidato, das listas da CDU. E um debate foi interrompido quando o candidato bloquista sofreu uma cãimbra, tendo de ser socorrido pelas mãos de Carlos Pinto, que não só conhecem a Covilhã como conhecem as idiossincrasias musculares para resolver estes problemas.

E agora, as apostas

Portugal tem 9.412.461 eleitores inscritos que podem votar nas próximas eleições autárquicas, menos do que nas anteriores, em que estavam registados pouco mais de 9,5 milhões.

Esta é a 12.ª vez que os portugueses vão eleger os seus autarcas em 43 anos de democracia.

A estas eleições autárquicas concorrem 12.076 candidaturas - 1.404 às câmaras municipais, 1.364 a assembleias municipais e 9.308 a assembleias de freguesia, que depois escolhem as juntas, de acordo com dados da Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (MAI).

No dia das eleições, vão funcionar 11.810 mesas de voto, com cinco membros por cada uma.

O custo estimado das eleições é de 6,6 milhões de euros, ainda segundo a secretaria-geral do MAI.

Há mais de 90 candidaturas de cidadãos independentes às câmaras, quando em 2013 foram 77. Às assembleias de freguesia concorrem 948 listas de independentes.

Nas eleições de há quatro anos, foram eleitos 35.683 autarcas - entre presidentes de câmara, vereadores, deputados às assembleias municipais e membros de assembleias de freguesia -, mais do que a população do concelho de Portimão, Faro.

O PS é, desde 2013, o maior partido autárquico, com 150 câmaras, incluindo uma em coligação, no Funchal, à frente do PSD, que tem 106 municípios, 86 sozinho e 20 em coligações.

Na noite das eleições, há quatro anos, a situação política em Portugal era diferente: o PS, na oposição, tinha como líder António José Seguro e o PSD e o CDS-PP, que concorreram em aliança a várias câmaras, estavam no Governo, com Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro.

Dados: Pordata; Lusa.

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