A mobilidade “é um dos setores onde a câmara manifestamente não foi capaz de se adaptar ao aumento da utilização da cidade”, disse Manuel Pizarro, acrescentando que na segunda metade do atual mandato, liderado pelo independente Rui Moreira, a autarquia “não foi capaz de tomar medidas”, existindo atualmente “zonas caóticas, que precisam de resposta urgente”.

Para o cabeça de lista do PS à Câmara do Porto, que esteve coligado com o movimento de Rui Moreira até maio, estando a “mobilidade em muitos sítios comprometida”, como na Ribeira, é necessário valorizar o transporte público, bem como refletir e implementar “novas modalidades de transporte e de partilha de transporte”.

Pizarro, que neste primeiro dia de campanha visitou ao fim da manhã o Ceiia (Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel), em Matosinhos, sublinhou que esta é uma questão que “não pode ser tratada apenas nas fronteiras administrativas do Porto”, devendo, por isso, ser abordada ao nível metropolitano.

O candidato socialista disse pretender “conseguir que as pessoas não sejam impelidas a usar a sua viatura própria, tendo alternativas confortáveis, a preço aceitável”.

“É preciso que as cidades se preparem para a mobilidade elétrica, para os modos suaves, a pé ou de bicicleta” e que “as pessoas possam ter acesso a esses meios de transporte de forma confortável, segura e de forma partilhada”, vincou.

Pizarro pretende que os cidadãos possam ter alternativas nas suas deslocações, utilizando, se assim quiserem, todos os dias diferentes modos de transporte.

“A quem me tentar dizer que isto é uma visão excessivamente utópica eu respondo de duas formas: primeiro visitando o Ceiia, instituição que tem trabalho realizado neste domínio em várias cidades da Europa e da América Latina”, depois dizendo que, “em 1989, quando [o socialista] Fernando Gomes venceu a Câmara do Porto e falou do metro também muitos diriam que era uma ideia tópica, e hoje é uma utopia usada por 60 milhões de cidadãos da AMP”, disse.

O socialista destacou que “é com essa visão de futuro” que quer “construir a mobilidade para a cidade do Porto” e que será competência da câmara investir, quer na colocação de postos de abastecimento elétrico, bem como na criação de parques para bicicletas, e fazendo mudanças na via pública, que tornem “mais fácil” a circulação de modos suaves.

São candidatos à Câmara do Porto o independente Rui Moreira, apoiado pelo CDS-PP e MPT, o socialista Manuel Pizarro, Álvaro Almeida, pela coligação PSD/PPM, Ilda Figueiredo, da CDU, João Teixeira Lopes, do BE, Bebiana Cunha, do PAN, Costa Pereira, do PTP, Sandra Martins, do

As eleições autárquicas estão marcadas para 1 de outubro.