Uma análise aos resultados divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna permite aferir que, de entre os concelhos que passaram a ser governados por uma nova força, mais de metade (27) teve uma mudança para o PS.

Nestas eleições, os socialistas ficaram, aliás, com a liderança de mais de metade das câmaras portuguesas.

Entre os concelhos que mudaram de cor política, mas que mantiveram o presidente da câmara, está Pedrógão Grande: Valdemar Alves aceitou desta vez o convite do PS para se candidatar a um segundo mandato - depois de preterido pelo PSD, partido pelo qual tinha sido eleito - e venceu.

Na Ribeira Brava, na Madeira, Ricardo Nascimento, eleito em 2013 pelo PSD, vai voltar a ocupar o cargo, mas desta vez pelo movimento independente Ribeira Brava em Primeiro.

Em Amares, distrito de Braga, Manuel Moreira apresentou-se agora à frente de uma lista PSD/CDS-PP, quando atualmente governa o concelho pelo PS.

Em 2015, o autarca exonerou de funções o seu vice-presidente, Jorge Tinoco, líder da concelhia socialista, por alegada falta de confiança política.

O PS perdeu o comando na Câmara Municipal de Vila do Conde, no distrito do Porto, onde Elisa Ferraz vai manter-se como governante, desta vez como independente, depois de divergências com a concelhia socialista.

O PS era poder em Vila do Conde desde as primeiras eleições autárquicas.

Numa comparação dos dados do Ministério da Administração Interna com os resultados de 2013, um total de 74 câmaras municipais contou com uma alteração de presidente em relação às últimas eleições e 44 municípios registaram simultaneamente uma mudança de cor política e de líder do executivo.

Contudo, estas duas comparações não têm em consideração as substituições feitas durante o atual mandato pela saída dos presidentes eleitos, como no caso de Lisboa, em que Fernando Medina substituiu António Costa.