António Carvalho, 56 anos, é professor e, depois da derrota eleitoral de 2013, assumiu o lugar de vereador da oposição na Câmara Municipal de Vila Real, liderada por Rui Santos.

O PS conquistou há quatro anos e pela primeira vez o município, que, desde as primeiras eleições livres em Portugal, sempre foi liderado pelo PSD.

“Apesar de entender que as coisas poderão ser mais difíceis do que foram no passado, nesta altura eu sinto que há, pelo menos, uma maior preparação e todo um consenso alargado, unânime, em torno da minha candidatura”, afirma o social-democrata à agência Lusa.

O candidato diz que foi convidado pelo partido para encabeçar a lista e aceitou porque o que o “move é a causa Vila Real”.

“A sustentabilidade de Vila Real, o seu crescimento, desenvolvimento, a fixação de população, de empresas, a criação de emprego”, salienta.

António Carvalho critica a “gestão casuística” de Rui Santos e aquilo que diz ser a “propaganda” que o executivo municipal tem feito ao longo destes quase quatro anos de governação socialista.

“É, no fundo, uma comissão de festas. Este executivo concluiu que é mais fácil atrair pessoas com festas, foguetes e Facebook, em vez de trabalhar e de delinear uma estratégia para Vila Real de médio e longo prazo”, sublinhou.

E, para desmontar aquilo que diz ser “propaganda”, o social-democrata argumenta com a “diminuição de população em cerca de menos 1.200 cidadãos deste 2012, com a “descida irrisória do Imposto Municipal sobre Imóveis”, que poderia “ter ido muito mais longe”, já que as receitas com este imposto subiram dos 3,6 milhões de euros para os quase seis milhões de euros.

O candidato fala ainda da fatura da água e diz acreditar que, apesar dos anúncios de descida de 10%, “não há diminuição significativa e que, algumas contas, até parecem estar maiores nesta altura”.

“O foguete quando estoira, em cima, é visível para muita gente. O investimento que se faz infraestrutural, pensado de médio e longo prazo, que dá sustentabilidade e crescimento, esse não é visível”, lamenta.

Se for eleito presidente de câmara, irá ser visto “mais facilmente a passar na obra do que na festa que se faz ao domingo”.

Conhecido como o professor Toni, António Carvalho foi dirigente sindical, passou pela central sindical UGT, foi diretor do Centro de Juventude, coordenador adjunto do Centro de Área Educativa de Vila Real, diretor do Centro de Emprego e Formação Profissional, diretor do Agrupamento de Escolas Monsenhor Jerónimo do Amaral e presidente da Junta de Constantim.

Em 2013, foi eleito presidente da concelhia de Vila Real do PSD, que deixou no ano passado para “dar liberdade ao processo eleitoral”.

O social-democrata assume a responsabilidade pela derrota de há quatro anos, porque encabeçava essa candidatura: “Sou candidato porque todos querem e porque todos me pediram para o ser, e porque o partido, de forma unânime, me pediu para ser candidato. Estou de corpo e alma e não estou em nada para perder”.

Pela frente estão, agora, meses de “muita luta e muito trabalho”.

“Mas são meses de mostrar factos e realidades”, frisou.