O suspeito do assassínio de três pessoas em Nottingham identificado como Valdo Amissao Mendes Calocane, de 31 anos, originário da Guiné-Bissau, com dupla nacionalidade guineense e portuguesa e residente no Reino Unido desde 2007, irá ficar detido depois de ser presente a tribunal este sábado.

A notícia foi avançada pelo canal britânico SkyNews, que sublinha que o suspeito se identificou no Tribunal de Magistrados de Nottingham como Adam Mendes, ladeado por três seguranças.

Depois de ser ouvido, o juiz decidiu que este deveria permanecer detido tendo em conta as suspeitas de ser responsável pela morte dos estudantes universitários de 19 anos, Grace O'Malley-Kumar e Barnaby Webber, bem como do funcionário universitário Ian Coates, na passada terça-feira.

A polícia acredita que o suspeito atacou dois estudantes da Universidade de Nottingham, de 19 anos, com uma faca e que matou o outro homem de 65 anos antes de roubar a respetiva carrinha.

De seguida, tentou atropelar três pessoas em ocasiões diferentes.

A polícia deteve o suspeito utilizando um ‘taser’ quando o veículo estava parado.

A revelação das ligações deste cidadão a Portugal foram conhecidas no dia de ontem quando estava no país o Ministro do Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho. Confrontado com esta realidade, o governante afirmou estar em contacto com as autoridades britânicas.

"Descobrimos recentemente, esta manhã, que aparentemente o suspeito tem nacionalidade portuguesa. Estamos a investigar o assunto, mas estaremos em estreito contacto com as autoridades britânicas a este respeito”, afirmou aos jornalistas após um encontro com o homólogo britânico, James Cleverly.

Cravinho acrescentou que “é um acontecimento horrível” e aproveitou a "ocasião para apresentar as nossas mais profundas condolências” às vítimas.

A cidadania portuguesa de Valdo justifica-se porque o pai do suspeito terá vindo da Guiné para Portugal e trabalhado na ilha da Madeira, onde conseguiu a nacionalidade portuguesa em 2016, de acordo com relatos da imprensa britânica. Segundo a BBC, terá sido precisamente através da sua cidadania portuguesa que a família se conseguiu estabelecer legalmente no Reino Unido no ano seguinte.