Em declarações aos jornalistas após uma sessão de trabalho conjunta entre ministros da Defesa e ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28, José Alberto Azeredo Lopes referiu que “Portugal destacou como positivo o desenvolvimento de estruturas de planeamento e condução de missões e operações”.

"É um termo muito longo e muito complicado, mas essencialmente visa integrar no plano europeu uma forma de coordenação militar daquilo que também tem já a ver com a Defesa”, de missões de mandato não executivo, ou seja, que não envolvam combate, caso das missões de treino que a UE tem na Somália, no Mali e na República Centro-Africana.

As três missões militares executivas da UE – “Sophia”, contra a imigração ilegal no Mediterrâneo; “Atalanta”, contra a pirataria no Corno de África; e “Althea”, na Bósnia-Herzegovina -, continuarão a ser comandadas a partir de quartéis-generais estabelecidos nos Estados-membos.

Segundo o ministro da Defesa, trata-se de “um avanço que torna, ou pode vir a tornar, mais eficiente a ação da UE nesta área, que aparentemente tem custos absolutamente contidos e finalmente não implica sequer novas infraestruturas ou novas capacidades ao nível organizacional”.

Azeredo Lopes sublinhou que se verificava “que nas missões da UE havia um hiato entre a dimensão militar, no terreno, operacional, de planeamento, e depois uma centralização mínima ao nível da própria União que fizesse falar ou que permitisse uma interlocução entre o terreno e um plano também militar na UE”, ou seja, “faltava uma interlocução centralizada a nível militar”, e “é isso que agora é alcançado”.

“E sei do que falo porque foi algo que eu ouvi dos comandantes de duas missões que tive ocasião de visitar, a EUTM (Missão de Treino da UE) Mali e EUTM República Centro-Africana: a relativa dificuldade em fazer perceber rapidamente que a tomada de decisão também é cada vez mais pressionante em teatros de operações que como é sabido são bastante exigentes”, afirmou.

Questionado sobre se a decisão de criar esta espécie de “quartel-general” para missões não executivas é um passo no sentido da criação de um exército europeu, Azeredo Lopes disse que é prematuro afirmá-lo, mas argumentou que não deixa de ser mais um passo “no sentido de um reforço das capacidades e da atuação comum dos Estados-membros da UE”.

“Quanto a um exército comum, não lhe sei dizer. Admito que sim, mas também podia admitir que não, uma vez que estamos numa fase ainda embrionária de um processo que, repito, pela positiva, muitos não conceberiam sequer que já pudesse estar neste plano em 2017”, declarou.

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