O governador da região de Belgorod, na Rússia, junto à fronteira com a Ucrânia, acusou esta quinta-feira as forças ucranianas de destruírem um depósito de munições na sequência de um ataque contra uma vila russa.

"Após um ataque das Forças Armadas ucranianas, um depósito de munições explodiu numa vila na região de Belgorod", destacou Vyacheslav Gladkov, numa mensagem enviada através da rede social Telegram esta quinta-feira.

Autoridades russas acusaram a Ucrânia de bombardear um prédio habitacional em Belgorod, uma grande cidade raramente atingida por ataques que se localiza numa região na fronteira com a Ucrânia.

"As Forças Armadas ucranianas bombardearam Belgorod. A defesa aérea foi ativada. Há destruição num prédio residencial", vincou Gladkov no Telegram. Uma parte não detonada de um projétil também caiu no campo desportivo de uma escola secundária da cidade.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram o último andar desse prédio residencial de quinze andares destruído, enquanto um vídeo mostra o impacto e uma nuvem de fumo preto.

Além disso, hoje foi confirmado que a circulação de comboios foi interrompida na região devido à queda de um míssil destruído pelas defesas anti-aéreas russas perto de Novyi Oskol. "As fontes de alimentação foram danificadas. Os comboios estão temporariamente suspensos", disse Gladkov.

Numa primeira fase, a mesma fonte acrescentou que, segundo “os dados preliminares”, não resultaram “mortos ou feridos".

No entanto, o Comité de Investigação da Rússia, citado pela agência Reuters, já fez saber que os ataques causaram mortos e feridos, apesar de não apontar números. O Comité adiantou também já ter aberto uma investigação criminal aos bombardeamentos.

A Ucrânia não reivindicou a autoria dos ataques, tendo um funcionário ucraniano dito à Reuters que o ataque ao edifício residencial foi causado por um míssil russo transviado que tinha o território ucraniano como destino. Esta informação, frisa a agência, não pôde ser verificada de forma independente.

Vyacheslav Gladkov também acusou Kiev de ter disparado contra a vila russa de Krasnoye, localizada na fronteira com a Ucrânia.

"Há destruição no terreno de uma escola", frisou, publicando também uma foto de uma cratera com estilhaços.

Na região russa de Kursk, outra zona de fronteira com a Ucrânia, duas aldeias ficaram hoje sem energia depois de bombardeamentos ucranianos terem danificado uma central de energia, de acordo com uma publicação do governador, Roman Starovoit, no Telegram.

Na terça-feira, Gladkov informou que 2.000 moradores ficaram sem energia após um ataque ucraniano a uma central elétrica na cidade de Chebekino, também na região de Belgorod.

Por outro lado, na segunda-feira, as autoridades russas divulgaram que uma mulher de 74 anos morreu e outras pessoas ficaram feridas num outro bombardeio nesta localidade.

A Rússia relatou na semana passada um "aumento significativo" dos ataques ucranianos contra territórios russos junto à fronteira.

Segundo Moscovo, estes ataques atingiram prédios residenciais, centrais de energia, edifícios governativos e postos de fronteira.