“Está ao nosso alcance proibir mais uma vez armas semiautomáticas e carregadores de alta capacidade, exigir armazenamento seguro de armas, acabar com a imunidade de responsabilidade dos fabricantes de armas e decretar verificações universais de antecedentes”, disse Biden, citado num comunicado da Casa Branca.

O chefe de Estado instou os estados do país a continuarem a convocar os legisladores republicanos no Congresso, para que discutam “reformas significativas e de bom senso, que o povo norte-americano apoia”.

Na declaração sobre a violência armada nos Estados Unidos da América (EUA), Biden recordou a onda de tiroteios que abalou recentemente várias comunidades por todo o país, desde Filadélfia até Fort Worth, de Baltimore a Lansing, de Wichita a Chicago.

“Hoje, Jill [primeira-dama dos EUA] e eu lamentamos por aqueles que perderam as suas vidas e, enquanto a nossa nação celebra o Dia da Independência, oremos pelo dia em que as nossas comunidades estarão livres da violência armada”, disse.

Há precisamente um ano, um atirador disparou contra uma multidão reunida para um desfile do Dia da Independência em Highland Park, no estado do Illinois, matando sete pessoas e ferindo dezenas.

“Em poucos momentos, este dia de orgulho patriótico tornou-se uma cena de dor e tragédia”, relembrou o líder norte-americano.

Desde então, as autoridades locais, juntamente com vários defensores e sobreviventes da violência armada, têm lutado por mudanças na lei de acesso a armas.

Em janeiro passado, conseguiram proibir armas semiautomáticas — como a usada no tiroteio de Highland Park.

“Estas conquistas salvarão vidas. Mas não apagarão a sua dor. Não irão trazer de volta os sete norte-americanos mortos em Highland Park ou irão curar os ferimentos e traumas que dezenas de outros continuarão a carregar. E, como vimos nos últimos dias, muito mais deve ser feito em Illinois e em toda a América para enfrentar a epidemia de violência armada que está a destruir as nossas comunidades”, frisou.

Nos últimos dias, vários tiroteios voltaram a deixar os EUA em alerta, como o que aconteceu na noite de segunda-feira, quando um homem fortemente armado e com um colete à prova de balas abriu fogo nas ruas da Filadélfia, aparentemente disparando ao acaso, matando cinco pessoas e ferindo dois rapazes antes de se render.

Um dia antes, um tiroteio numa festa em Baltimore resultou em dois mortos e 28 feridos. Mais da metade das vítimas eram menores de idade, disseram as autoridades.

Também na noite de segunda-feira, mas no Texas, três pessoas foram mortas e oito ficaram feridas num tiroteio após um festival local. A polícia disse que os tiros foram disparados contra uma multidão de centenas de pessoas.

Os Estados Unidos, onde os homicídios em larga escala são frequentes, têm mais armas individuais do que pessoas.

Desde o início do ano, o Gun Violence Archive contabilizou 339 tiroteios em massa nos Estados Unidos. Este é o registo mais elevado de sempre.

Especialistas têm relacionado o aumento de homicídios e outros tipos de violência nos últimos anos com o predomínio de armas nos Estados Unidos.

Segundo alguns observadores, é pouco provável que os apelos de Joe Biden resultem numa proibição de armas semiautomáticas no Congresso. Os republicanos, que controlam a Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), opõem-se ferozmente a tal medida.