“o [Edson] Fachin falou que não tem mais conversa com as Forças Armadas. Eu acho que ele já se intitulou ditador do Brasil. Quem age dessa maneira não tem qualquer compromisso com a democracia”, afirmou Bolsonaro, que tem insistindo constantemente para que as Forças Armadas colaborem na comissão de transparência responsável por acompanhar o processo eleitoral para eleições presidenciais de outubro.

Citado no jornal Poder 360, o Presidente brasileiro acusou: “Deixo bem claro, Fachin foi quem tirou Lula da cadeia”.

Dirigindo-se aos seus apoiantes, Bolsonaro sublinhou ainda: “agora, é um momento difícil porque inimigo não é externo, é dentro do Brasil, está aqui nessa região da Praça dos três Poderes”.

Bolsonaro está há vários meses em guerra aberta com o TSE e mais precisamente com o seu presidente, Edson Fachin.

Nos últimos meses, além de insistir que o sistema de votação eletrónica do país não é confiável, Bolsonaro tem intensificado os ataques a magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), tem dito que não respeitará determinadas decisões judiciais e tem pedido, repetidamente, a participação de militares no apuramento dos votos.

Nos últimos meses, tem havido um crescimento de vozes de analistas, de instituições e organizações que procuram chamar a atenção para o facto de Jair Bolsonaro estar a inflamar a base de apoio e a criar bases para ‘uma invasão do Capitólio’, como aconteceu nos Estados Unidos.

Estas afirmações surgem a 84 dias das eleições presidenciais brasileiras, para as quais o favorito é Lula da Silva, com uma vantagem entre 15 e 20 pontos sobre Bolsonaro, segundo as últimas sondagens.