"Consideramos que há um potencial grande de empresas que podem ter interesse em expandir os seus negócios em Portugal", disse Manuel Caldeira Cabral à agência Lusa, à chegada a Londres, onde iniciou a visita com um almoço na embaixada de Portugal com empresários das áreas de 'nearshoring' (produção para outros mercados) e serviços partilhados.

Na comitiva, além de representantes de quatro empresas nacionais (GFI Portugal, Novabase GTE, Axians Portugal e SIBS Internacional), está um elemento da estrutura de missão temporária recém-criada com o objetivo de atrair para Portugal investimentos que pretendam permanecer na União Europeia após a saída do Reino Unido.

Desde o início deste ano, já visitaram Londres o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, com o objetivo de atrair empresas britânicas ou multinacionais com presença no Reino Unido.

"Estamos obviamente a encarar o ‘Brexit’ como todas as pessoas na Europa, com alguma apreensão e atenção, mas também a olhar para as oportunidades que se podem abrir de empresas que, querendo continuar dentro do espaço da União Europeia, procuram agora localizações alternativas para colocar parte das suas atividades", salientou o ministro.

O programa da visita inclui visitas às incubadoras de ‘startups’ (empresas em início de atividade com rápido potencial de crescimento) Level 39 e Plexal e um jantar com representantes de 'venture capital'.

Antes da deslocação, disse, teve lugar um encontro com empresas inglesas na embaixada do Reino Unido em Lisboa, seguido por convites para conversas em Londres, tendo os interlocutores "demonstrado muito interesse em conhecer mais sobre Portugal como destino de investimento", garantiu o ministro.

Além de empresas britânicas, explicou, "há multinacionais presentes no Reino Unido que estão a equacionar ter parte da sua atividade em países no espaço europeu para conferir estabilidade às suas operações europeias".

Portugal, argumentou o ministro, tem como vantagem possuir o mesmo fuso horário que Londres, uma geração fluente em língua inglesa e qualificada na área financeira, empresas tecnológicas e engenharia, além de níveis competitivos em termos de imobiliário e custo de vida.

O Governo português quer não só atrair ‘startups’ como empresas que queiram estabelecer em Portugal a área de serviços partilhados que inclui "não só 'call centers' [centros de atendimento], mas serviços financeiros, serviços de contabilidade, gestão de pessoal, gestão de clientes, ou alguns serviços de desenvolvimento de engenharia".

Estas qualidades já começaram a atrair empresas a operar no Reino Unido, dando como exemplo a Blip e a Euronext.

A Blip, empresa tecnológica da área do ‘software' para a Internet e telemóveis constituída em 2009 no Porto mas adquirida em 2012 pela Paddy Power Betfair (PPB), empresa britânica de jogo ‘online' cotada na bolsa de Londres, investiu numa nova sede no ano passado onde emprega cerca de 300 funcionários.

A Euronext, plataforma que reúne as bolsas de Lisboa, Paris, Amesterdão e Bruxelas, inaugurou em março um centro tecnológico no Porto onde funcionam as áreas de desenvolvimento de sistemas e segurança de informação anteriormente sediadas em Belfast, prendendo aumentar o número de trabalhadores de 50 para 140 em Portugal.

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