Na segunda-feira deflagrou um incêndio no último piso de um dos Pavilhões do Parque D. Carlos I, destruindo o telhado e o madeiramento do sótão.

As causas do incêndio, “não estando ainda totalmente apuradas e continuando em investigação por parte das entidades policiais competentes, remetem indiciariamente para a possibilidade de intervenção humana, segundo os peritos e operacionais que intervieram no local”, divulgou hoje a Câmara das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, em comunicado.

A autarquia, liderada pelo movimento independente “Vamos Mudar”, informa no comunicado ter já solicitado a colaboração técnica e científica do LNEC na “avaliação de anomalias no edifício” atingido pelo incêndio.

Após as operações de rescaldo e remoção de entulhos, a Câmara determinou a realização de uma perícia e determinou a implementação de um conjunto de medidas preventivas executadas pelos serviços municipais.

Entre elas, a vedação do perímetro do edifício de modo a salvaguardar o risco de queda de revestimentos, empenas ou elementos estruturais e a limpeza dos detritos resultantes do incêndio.

Outras ações efetuadas, com base num parecer técnico, foram a consolidação estrutural temporária das mansardas e da laje suportada e medidas de proteção contra as ações erosivas dos agentes atmosféricos.

Os pavilhões foram projetados nos finais do século XIX por Rodrigo Berquó para serem o novo Hospital D. Carlos I.

O projeto previa a construção de sete pavilhões, destinados a enfermarias, mas o arquiteto morreu antes da sua conclusão e os pavilhões nunca chegaram a cumprir essa função, tendo servido, durante mais de 100 anos, para albergar um quartel militar, uma esquadra da polícia e uma escola secundária.

Parte integrante do património termal concessionado pela Estado à autarquia (em 2015), os pavilhões foram, em 2017, concessionados pelo município ao Grupo Visabeira para a construção de uma unidade hoteleira de cinco estrelas, num investimento estimado em cerca de 15 milhões de euros já candidatado ao programa Revive/Turismo.

Após uma reunião de trabalho com a administração do grupo, realizada no dia seguinte ao incêndio, a Câmara divulgou que a empresa acionou a companhia seguradora contratada para proteção daquele património histórico, “cuja cobertura de danos comportam o tipo de ocorrência registada”, conclui o comunicado.