Em comunicado, a autarquia refere que esta foi uma atribuição aprovada em reunião camarária e vai financiar as associações parceiras que já asseguravam o conjunto de respostas que existiam no CAEM que, no mandato anterior, foi instalado provisoriamente no quartel de Santa Bárbara.

Assim, 720 mil euros serão dados para a associação Vitae suportar as despesas decorrentes da gestão do espaço, 350 mil euros atribuídos à associação Ares do Pinhal para garantir respostas integradas e especializadas no âmbito da saúde e 190 mil euros para a associação Crescer para assegurar a resposta alimentar no espaço.

"Estamos a responder a um problema grave, que necessita de respostas mais fortes de todos. Até 2030, vamos investir, através do Plano Municipal para a Pessoa em Situação de Sem-Abrigo, 70 milhões de euros, com objetivos e medidas concretas em cinco frentes de intervenção: prevenção, intervenção, alojamento, inserção social, conhecimento e comunicação. Da nossa parte, tudo temos feito para reforçar em todos os níveis os apoios financeiros para estas áreas e as estruturas de apoio a todas as equipas que, todos os dias, nas ruas fazem um trabalho que merece ser reconhecido”, sublinha o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

“Mas também temos de ter consciência de que este é um trabalho sem fim, que não pode estar assente e dependente exclusivamente da vontade e apoios das autarquias. O Estado Central tem de dar respostas concretas e assumir as suas responsabilidades”, acrescenta Carlos Moedas.

Já a vereadora dos Direitos Sociais, Sofia Athayde, acrescenta que: “Resolvemos um problema herdado do anterior mandato, em que gastaram mais de 1,2 milhões numa solução provisória, com iminente ordem de despejo pela Estamo. Mas, mais do que isso, além de garantirem todas as valências existentes no anterior espaço em Arroios, as novas instalações do CAEM, mais modernas, oferecem melhores condições a todos os níveis e em todas as respostas. Estamos no bom caminho e vamos continuar”.

O novo CAEM entrou em funcionamento no dia 28 de março, após a transferência, em tempo recorde, de todas as valências existentes no anterior espaço na freguesia de Arroios, depois do acordo firmado entre o governo e a CML um mês antes (29 de fevereiro).

É importante lembrar que, em Lisboa, a primeira responsabilidade pelo apoio social na cidade é da competência da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa (SCML), que depende da Administração Central pois, ao contrário do que sucedeu com outros municípios, o anterior Governo não transferiu para a CML nem as competências na Ação Social, nem os devidos recursos financeiros. Apesar disso, a Câmara de Lisboa assegura atualmente mais de um terço das respostas de acolhimento a Pessoas e Situação de Sem-Abrigo.