Segundo um comunicado do gabinete de comunicação do executivo, a campanha, que visa a proteção desta ave marinha, decorreu este ano entre 15 de outubro e 22 de novembro, contando com a realização de 450 brigadas SOS Cagarro, com cerca de 250 parceiros e mais de 3.000 pessoas, entre voluntários e público-alvo de ações de sensibilização.

Os dados da campanha SOS Cagarro 2017, a maior e mais antiga campanha de conservação ambiental dos Açores, revelam ainda “a anilhagem de mil aves" - que ajudam ao estudo e permitem confirmar se estas aves regressam ao arquipélago - e o registo de "128 cagarros mortos e 55 feridos".

No encerramento de mais uma edição, que decorreu na sexta-feira à noite nas Lajes, na ilha do Pico, o diretor regional dos Assuntos do Mar alertou para a importância "da minimização dos efeitos negativos da poluição luminosa", para que os cagarros juvenis possam sair em segurança dos ninhos "para o primeiro voo atlântico".

Segundo Filipe Porteiro, foram "tomadas medidas de redução da iluminação pública", com a colaboração de entidades como autarquias, a Empresa de Eletricidades dos Açores (EDA) e a empresa Portos dos Açores.

Em 2017, foram ainda realizadas "56 brigadas científicas", com a colaboração da Universidade dos Açores, dos Parques Naturais de ilha, organizações não-governamentais e outras entidades, que permitiram recolher "mais informação" para estudar cientificamente "a relação entre a queda de cagarros juvenis com as fontes de luminosidade existentes".

A Campanha SOS Cagarro, criada em 1995, pretende sensibilizar a população dos Açores para a proteção dos cagarros juvenis, que durante os meses de outubro e novembro começam a abandonar os seus ninhos, mas que acabam por cair em terra, desorientados com a iluminação noturna.

A organização ambiental BirdLife International refere que os Açores acolhem todos os anos cerca de 200 mil casais de cagarros (Calonectris borealis), que usam as ilhas do arquipélago, entre abril e outubro, para se reproduzirem.