"Perdemos uma parte muito importante de nós, é como se ficássemos privados de um irmão mais velho. Devemos muito a Mário Soares, legou-nos, desde logo, a nossa casa comum, o PS, mas, sobretudo, deu-nos a democracia que temos e as liberdades que usamos", afirmou Carlos César.

O também líder parlamentar do PS falou aos jornalistas depois de assinar o livro de condolências que está disponível na sede socialista, no largo do Rato, em Lisboa, sublinhando o legado do antigo Presidente da República, antigo primeiro-ministro e fundador do partido.

"Esse património, que é um património inalienável na sociedade portuguesa, é algo em que nos devemos empenhar no presente e no futuro, em memória de Mário Soares e em benefício da nossa comunidade. Mário Soares estará, por isso, presente, sempre que permanecermos livres e sempre que lutarmos pela democracia", declarou.

O corpo de Mário Soares já saiu da residência do antigo Presidente, no Campo Grande, em Lisboa, num cortejo que culmina cerca das 13:00 no Mosteiro dos Jerónimos.

Mário Soares morreu no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, entre hoje e quarta-feira.

O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos a partir das 13:00, e o funeral realiza-se a partir das 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

Nascido a 7 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.