“Hoje assinámos um protocolo que é um marco para a construção do Centro de Acolhimento e Integração Aristides de Sousa Mendes, para refugiados e migrantes, num investimento de 5,5 milhões de euros”, disse à agência Lusa o presidente da autarquia, Paulo Catalino Ferraz.

O centro será construído na casa da mãe de Aristides de Sousa Mendes, onde nasceu o cônsul, a chamada Casa do Aido, e para isso, o Município de Carregal do Sal “já investiu mais de 500 mil euros na sua aquisição, assim como em terrenos contíguos”.

“Inclusive a casa em frente onde antigamente havia um passadiço e nós vamos refazer a história e vamos reconstruir a passagem”, pormenorizou o autarca ao explicar a zona de construção, no centro da aldeia de Cabanas de Viriato.

Nessa parte, continuou, “vai ficar um centro para os jovens menores desacompanhados, cuja idade ainda está a ser discutida junto da Segurança Social” e, na Casa do Aido, que será recuperada, assim como nos terrenos contíguos, nascem outras valências.

“Essas obras serão realizadas através do IHRU [Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana] e das “BNAUTS” [Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário] que podem apoiar as habitações de urgência e emergência, que é o que está em causa”, esclareceu.

À agência Lusa, Paulo Catalino Ferraz assumiu ainda que “o projeto deverá ser lançado no primeiro semestre de 2024, para consignação", para que no final de 2025 esteja concluída.

O presidente da Câmara de Carregal do Sal, que foi desafiado pela ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, a construir este centro, já tinha dito à agência Lusa em fevereiro que o objetivo era ser um centro de acolhimento temporário.

“A ideia é chegarem, serem bem acolhidos e aprenderem português, e darmos formação e capacitação para integrarem no mercado de trabalho e poderem deixar o centro de acolhimento, porque já têm meios próprios”, descreveu.

O protocolo hoje assinado, “vinculou todas as entidades envolvidas” como é o Município de Carregal do Sal, a Associação Empresarial e Industrial da Região de Viseu (AIRV), a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e assinado também pela ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.

“Acolher é o papel mais fácil, o mais difícil é capacitá-las para as integrar. Vamos ter três salas de formação, para aulas contínuas de português e outras duas para as áreas que a AIRV definir que são as prioritárias para o mercado de trabalho”, disse.

O autarca socialista admitiu que “ainda não há um projeto definitivo, só um prévio para desenvolver, porque ainda está a ser avaliado junto de todas as entidades se vão ser construídas instalações mais a pensar em jovens desamparados ou em famílias”.

“Estamos a definir as tipologias das instalações, mas é agora no terreno que isso vai ser trabalhado, mas o objetivo é poder adequar às necessidades. No mínimo podemos acolher 110 pessoas, mas pode ir até 250, dependendo, às vezes, do número de filhos que possam vir com as mães”, contou.

A obra do centro, adiantou Paulo Catalino Ferraz, conta ainda com “o apoio do FAMI, da secretaria de Estado da Igualdade e das Migrações e que apoia na parte logística como os técnicos e por cada cidadão acolhido, assim como a comparticipação da Segurança Social por cada jovem que lá ficará”.