Cospedal discursava na inauguração no Museu do Exército, junto ao Alcázar de Toledo, da exposição “Pinturas de batalhas”, onde esteve acompanhada pelo chefe de estado-maior do exército, general Francisco Javier Varela Salas.

Cospedal defendeu ser o Estado “que possuiu e que tem de possuir o monopólio da força” e “tem a obrigação de utilizá-la, fundamentalmente, para defender a liberdade de todos os que pertencem ao Estado”.

“Como país, para compreender a nossa história e respeitar a que temos construído, temos de respeitar a primeira das obrigações do Estado, que consiste em oferecer e defender a liberdade dos seus cidadãos”, asseverou a governante que tem a tutela da Defesa, que não fez referência à crise na Catalunha.

“A segurança e a defesa são um serviço público essencial”, assinalou ainda a ministra da Defesa, que também sublinhou a importância da “consciência de defesa” para que o cidadão sinta a segurança “como algo normal e vulgar”.

O chefe do executivo catalão revelou na terça-feira à britânica BBC que iria declarar a independência daquela região “numa questão de dias”, tendo calculado que “vai agir no final desta semana ou no início da próxima”.

A coligação catalã ‘Juntos pelo Sim’, que sustenta a Generalitat (Governo regional), numa reunião da Mesa no parlamento da região, propôs para a próxima segunda-feira a realização de uma sessão plenária com um único assunto na ordem do dia: a presença de Puigdemont para fazer uma avaliação do referendo de domingo.

Mas a Candidatura de Unidade Popular (CUP), partido separatista de extrema-esquerda que dá apoio parlamentar ao executivo regional afirma que nesse dia será feita a declaração de independência, depois de serem apresentados oficialmente os resultados do referendo de autodeterminação de domingo passado.

Segundo os resultados provisórios, o “Sim” à independência ganhou com 90% dos votos da consulta que não teve observadores ou listas eleitorais reconhecidas por entidades independentes.

A consulta boicotada pelos anti-separatistas teve uma participação de 42% dos 5,3 milhões de eleitores, de acordo com os defensores da independência.

Entretanto, Madrid afirma estar a estudar todas as medidas possíveis para obrigar o executivo regional da Catalunha (Generalitat) a cumprir a lei e a Constituição espanholas.

Entre essas possíveis medidas estão a ativação do artigo 155 da Constituição (que permitiria obrigar a Generalitat a cumprir a lei), usar a lei de segurança nacional ou declarar o estado de emergência.