O líder do governo regional e membro do partido independentista Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) afirmou que, nos últimos anos, os esforços do executivo a que preside se centraram em questões como a pandemia, a resposta à inflação ou a seca, mas nenhum destes temas “deve fazer esquecer o conflito político que está por resolver”.

Neste contexto, o governo regional (conhecido como Generalitat) vai iniciar este mês um processo para definir as regras e condições para a realização de um referendo sobre a independência da Catalunha, que depois levará ao executivo espanhol, acrescentou.

O objetivo  é que o novo referendo seja feito com o acordo das autoridades espanholas e reconhecido também internacionalmente, ao contrário do que aconteceu em 2017.

Assim, em 2024, a ERC quer negociar com o Governo de Espanha as regras e condições para a realização de um referendo sobre a independência da região, à semelhança do que conseguiu, no Canadá, o executivo regional do Quebeque, em 2000.

A proposta que a Catalunha levará ao Governo de Espanha em 2024 será construída ao longo dos próximos meses e passa pela formação de uma comissão de académicos, peritos em direito e ciência política, de diferentes sensibilidades, incluindo nomes que são contra a independência da região, afirmou Pere Aragonès, numa conferência de imprensa em Barcelona.

Caberá a essa comissão elaborar vários relatórios e trabalhos neste processo, até chegar à proposta final que será levada ao Governo de Madrid.