Segundo a IP, a causa ou causas que potenciaram o incidente serão apuradas no âmbito de um processo de averiguação que está ainda a decorrer.

O incidente resultou no colapso de uma parte do passeio e do estacionamento da EN365 sobre a Linha do Norte, causando interrupções significativas na circulação ferroviária e rodoviária.

A IP confirmou à Lusa que estão a ser implementadas várias medidas para “mitigar os riscos à segurança e circulação”, entre elas a “aplicação de telas impermeabilizantes, a instalação de uma barreira na base do talude para reter material e o balizamento do tráfego na EN365 para evitar a sobrecarga do topo do deslizamento”.

Para além destas intervenções, a IP está a planear uma “intervenção mais profunda, a ser executada a médio prazo, que assegurará a reposição das condições de suporte de terras”.

A IP adianta ainda, em resposta a questões colocadas pela Lusa, que os custos da intervenção só poderão ser “determinados após a definição e desenvolvimento das soluções técnicas mais adequadas”, que serão “objeto de um projeto específico”.

Por agora, a IP mantém o local sob avaliação no sentido de atuar de imediato, caso sejam identificadas eventuais alterações.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, disse ter ficado “preocupado com o deslizamento de terras”, adiantando que a IP tem em mãos um projeto que prevê a construção “de uma passagem desnivelada e alguma requalificação na estação ferroviária de Santarém”.

O projeto, segundo o autarca, foi apresentado à câmara em 2020.

Durante o fim de semana, o PCP e o Partido Ecologista “Os Verdes” alertaram para a necessidade de uma intervenção mais profunda na consolidação das encostas, sobretudo no planalto de S. Bento, que fica junto à estação ferroviária de Santarém e é uma das encostas mais instáveis de todo o planalto escalabitano.

Num comunicado divulgado no sábado, Os “Verdes” pediram esclarecimentos às Infraestruturas de Portugal e à Câmara de Santarém sobre o incidente, nomeadamente sobre as causas específicas que levaram ao deslizamento de terra.

Já a comissão concelhia de Santarém do PCP exigiu “que o Governo reinicie a obra de reforço das barreiras de Santarém", de modo a que a ocorrência de períodos de chuva "não provoquem deslizamentos de terras nas barreiras em volta da Cidade”, e defendeu “a alteração do traçado da Linha do Norte, a reabilitação de toda a encosta e o fim da pressão urbanística no topo superior das barreiras”.