Os atrasos nos pagamentos às escolas profissionais foram hoje denunciados à agência Lusa pelo presidente da Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO), José Luís Presa, no mesmo dia em que o PSD disse querer ouvir no parlamento os ministros da Educação e do Planeamento e das Infraestruturas para explicarem esta "asfixia financeira".

À agência Lusa, a deputada do CDS-PP, Ana Rita Bessa, afirmou que o partido está "a acompanhar este assunto com as escolas profissionais há uns meses", recordando que o último pagamento relativo ao ano letivo 2016/2017 só foi feito "até cerca de fevereiro".

"Achamos que era pertinente introduzir no Orçamento do Estado um aditamento, uma alteração, que basicamente dizia que se o financiamento europeu não está a chegar, então que seja o Estado que avance com as verbas de tesouraria para que as escolas possam funcionar e depois façam um acerto de contas, mas não transfira para os privados o ónus do financiamento do ensino obrigatório", explicou.

No entanto, "essa proposta foi chumbada pelo PS, Bloco e PCP", lamentou a deputada centrista.

"É um assunto que nós já acompanhamos já há vários meses e nesse sentido viabilizaremos, naturalmente, eventuais requerimentos do PSD para que se dirijam ao parlamento os ministros que possam esclarecer e preferencialmente solucionar o que se passa no ensino profissional", garantiu.

Ana Rita Bessa explicou que, "entretanto, o ano letivo encerrou, já começou um novo e não só não foram acertadas as contas do ano passado, como nem sequer abriram os financiamentos para este ano".

"As escolas, que são escolas privadas com financiamento comunitário, estão neste momento a financiar aquilo que é o ensino obrigatório para o profissional", criticou.

A deputada do CDS-PP referiu ainda que o partido tem "perguntado várias vezes ao ministro da Educação quando é que se propunha a fazer o pagamento".

"A resposta que tivemos sempre foi que seria feito de imediato, seria feito de seguida, remetendo sempre para alegados atrasos que do Governo anterior teriam havido e que seriam superiores e que na verdade não foram", relatou.

Estas escolas, continuou Ana Rita Bessa, "acabam por ter que fazer avais pessoais e contrair empréstimos bancários para garantir um serviço que deveria ser garantido pelo Estado".

"Começa a ser um encargo financeiro demasiado pesado para as estas escolas conseguirem suportar. É um bocadinho contraditório ouvir o Governo dizer que aposta no ensino profissional e que essa será seguramente uma via de crescimento até da escolaridade obrigatória e depois não financiar esse objetivo", lamentou.

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