"Se continuarem a criticar o nosso Governo por começarmos a reduzir o IRS bem além do que o PS queria, só quero dizer duas coisas, a primeira é que estamos certos, a segunda é que, como de costume, o PS entrou em processo muito acelerado de surto amnésico", afirmou.

Nuno Melo transmitiu esta crítica no discurso de encerramento do 31.º Congresso do CDS-PP, que decorreu em Viseu e terminou hoje com a eleição dos novos órgãos.

"O PS, que durante oito anos bateu todos os recordes de carga fiscal, aumentou o IRS, o IRC, o IUC e o ISP, ataca o Governo da AD porque nos primeiros 15 dias desceu os impostos sobre o trabalho bem além do que o próprio PS defendeu", lamentou o também ministro da Defesa Nacional, afirmando ser "difícil encontrar um adjetivo que qualifique uma coisa assim".

O ministro da Defesa Nacional apontou igualmente, no seu discurso, que "se em 2011 outro governo da AD herdou um país em crise económica e financeira, em 2024 a crise legada pela esquerda é fundamentalmente social", apontando que "uma coisa não é pior do que a outra".

"Considero um progresso que o PS tenha finalmente aceite o principio de que as dívidas são para pagar, e de que as contas devem ser equilibradas. Diria até, bem-vindos à lucidez", salientou.

Nuno Melo disse não confundir "esta evolução com uma realidade de contas vendidas como certas, mas por vezes maquilhadas aproveitando o efeito da inflação, com sacrifício das pessoas, e impostos no máximo, que tiveram como contrapartida o paradoxo dos serviços públicos pelo mínimo".

"Se antes o PS e as esquerdas legaram a 'troika', desta vez trouxeram o colapso ao Serviço Nacional de Saúde, a instabilidade à escola pública, a porta de saída aos jovens, o desperdício à agricultura, a anarquia à habitação, as dificuldades às empresas e os problemas no setor social", criticou, garantindo que a AD saberá estar "à altura da tarefa" que se avizinha.

O presidente do CDS-PP disse ser preciso "distinguir com clareza o normal do exótico" e conduzir "o debate político a mínimos de racionalidade" e lamentou que "a primeira crítica ao Governo, dias depois da tomada de posse, chegou por causa de um logótipo" adotado pelo executivo para a comunicação.

O líder do CDS-PP saiu em defesa da alteração levada a cabo pelo Governo, que regressou à imagem antiga, e disse que "nunca esteve em causa a estética, o que esteve em causa foi a essência".

"Quando o PS decidiu apagar a esfera armilar, não estilizou um logótipo, apagou o único elemento perene em todas as bandeiras nacionais, identitário de um povo, que não se encontra em 2024, porque só se mede em nove séculos de história. Não tem a ver com estéticas, mas com identidade", defendeu.

Nuno Melo considerou que, "repondo a esfera armilar, o Governo apenas resgatou a identidade de Portugal, que não se confunde com a identidade de qualquer outro país ou com as cores de qualquer outro país" e apontou que "a bandeira portuguesa já teve muitas cores, mas a esfera armilar esteve em todas".