O órgão máximo entre congressos dos centristas vai reunir-se extraordinariamente a partir das 19:00, e presencialmente na sede nacional do partido, em Lisboa, ao contrário das reuniões anteriores, que decorreram no último ano por videoconferência devido à pandemia de covid-19.

O presidente demissionário do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, falará na abertura do Conselho Nacional, que decorre à porta fechada, estando também confirmada a presença do eurodeputado Nuno Melo, que já admitiu ser candidato à sucessão e tem prevista uma declaração aos jornalistas pelas 20:00.

Na ordem de trabalhos da reunião está a análise ao resultado eleitoral nas eleições legislativas, o pior do CDS-PP e que ditou a perda de representação na Assembleia da República.

Os conselheiros vão apreciar também a proposta de convocatória do próximo congresso ordinário e votar o regulamento de eleição de delegados, o regulamento do congresso e eleger a comissão organizadora.

De acordo com os documentos enviados aos conselheiros nacionais, e aos quais a agência Lusa teve acesso, a direção do CDS-PP propõe que o 29.º Congresso do CDS-PP se realize nos dias 02 e 03 de abril, em local ainda a definir.

A ordem de trabalhos enviada aos conselheiros refere também a aprovação das atas das anteriores reuniões do Conselho Nacional.

Na sequência do resultado das legislativas, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, pediu a demissão na noite eleitoral de 30 de janeiro e não irá recandidatar-se.

O CDS-PP obteve 1,6% dos votos e pela primeira vez desde o 25 de Abril de 1974 ficou sem representação parlamentar, depois de na última legislatura ter uma bancada de cinco deputados.

Em 01 de fevereiro, o eurodeputado do partido, Nuno Melo, anunciou que será candidato à liderança se conseguir garantir "condições institucionais" para "um caminho novo, unificador, mobilizador e respeitador".

O 29.º congresso do CDS-PP já esteve marcado para 27 e 28 de novembro e seria em Lamego, e com uma disputa prevista entre o ainda presidente e o eurodeputado Nuno Melo.

No entanto, com o chumbo do Orçamento do Estado e a marcação de eleições legislativas antecipadas, a direção propôs e o Conselho Nacional do CDS-PP aprovou o seu cancelamento e adiamento para depois das eleições legislativas, decisão contestada por Nuno Melo e seus apoiantes, que acusaram a direção de falta de democracia interna e de “tentativa de golpe de Estado institucional”.