Em declarações à agência Lusa, o dirigente do CDS, entre 2005 e 2007, reagiu às desfiliações de militantes do partido, como a de Adolfo Mesquita Nunes ou de António Pires de Lima, afirmando que “é pena” e é “lamentável”, mas que se insere numa “velha história que começou com a vitória de uma direção que não é afeta a este grupo”.

“O que se está a passar é muito negativo. O CDS está debaixo de um ataque como não via há bastante tempo e que, infelizmente, parece ser um ataque determinado, parece ser um ataque dirigido a destruir o CDS”, frisa.

Segundo Ribeiro e Castro, o “ataque deliberado ao funcionamento normal do partido” está a ser perpetrado por uma “linha” que, tendo dirigido o CDS até 2019, tem cometido “ataques consecutivos à direção” de Francisco Rodrigues dos Santos, com o intuito “de a derrubar”.

“Não têm a humildade de reconhecer os seus erros, de dar tempo a uma nova direção para desenvolver outro trabalho, e continuam animadamente a enfraquecer o partido, a destruí-lo, a abalá-lo, querendo recuperar um partido interno que os militantes não lhes atribuíram”, afirma.

Ribeiro e Castro defende que os mesmos que agora querem retirar Francisco Rodrigues dos Santos da liderança do CDS, são responsáveis por terem conduzido o partido “ao pior resultado de sempre em termos de votação”, quer nas europeias de 2019, com 6,21%, quer nas legislativas do mesmo ano, com 4,22%.

“O Congresso confiou a outras pessoas a tentativa de recuperar o partido e essas pessoas não deixam, impedem, deslustram o partido, atacam quem o dirige, criam tensões constantes. É isso que tem acontecido”, indica.

Nesse sentido, Ribeiro e Castro afirma que os “militantes que gostam do CDS não podem deixar de estar com a direção que foi apoiada por militantes e desejar que eles tenham algum espaço e paz para poderem desenvolver o seu trabalho”.

Recusando comentar o adiamento do Congresso do partido aprovado no Conselho Nacional de sexta-feira, por não ser “membro dos órgãos do partido” ou da “comissão política”, o ex-dirigente afirma que o Conselho Nacional é a “sede própria” para discutir essa questão e que o mesmo “decidiu uma vez, e decidiu outra”.

“E as decisões foram claras, com maioria. A democracia é aceitar essas decisões, não é procurar assaltar outros órgãos e derrubar essas decisões. Isso é que é um golpe de Estado”, defende.

Questionado se considera que a desfiliação de militantes com relevo põe em causa o futuro do partido, Ribeiro e Castro reconhece que a sua saída “faz mal ao CDS” e afirma que o facto de o fazerem “aparentemente de uma forma concertada e articulada ainda é mais deplorável e condenável”.

Apesar disso, o ex-dirigente diz que já viveu “pior no CDS”, relembrando os tempos do Processo Revolucionário em Curso (PREC) e os princípios do partido e afirmando que “são provas que o partido tem de suportar, ver se as vence, e depois reagir”.

“O CDS é feito por aqueles que, a cada momento, lhe pertencem e, portanto, veremos o que é que isto dará”, salienta.