O Centro Hospitalar Universitário do Algarve "confirma a saída de uma bebé com a progenitora, que estava autorizada a visitas, do Serviço de Pediatria da Unidade Hospitalar de Faro, ao final da tarde do dia 26 de outubro", é referido em resposta ao SAPO24.

A bebé nasceu num hospital privado e foi posteriormente para o CHUA, de onde foi retirada pela mãe. A Polícia Judiciária deteve duas pessoas e a investigação está em curso.

Segundo o hospital, "a bebé encontrava-se na Unidade Hospitalar no âmbito das medidas de Promoção e Proteção Cautelar de Crianças e Jovens em Risco, mas sem motivo clínico e a aguardar decisão judicial sobre acolhimento definitivo, como outros pacientes", já que há casos "com meses de espera".

Nesse sentido, "o CHUA ativou de imediato todos os protocolos de segurança, de comunicação e colaboração com as entidades competentes, estando o caso a ser acompanhado pelas entidades policiais".

Relativamente às pessoas detidas, o hospital refere que apenas conhecia a mãe da bebé, "que estava autorizada a visitar e permanecer com a criança. Outros nunca tiveram acesso interno ao hospital".

"Ninguém mais foi autorizado ou permaneceu na área do Serviço ou sequer teve acesso ao internamento, além da mãe", é ainda explicado.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta terça-feira um casal que na passada quinta-feira levou do berçário do hospital de Faro a recém-nascida que estava sob proteção cautelar.

O responsável pela diretoria do Sul da PJ admitiu hoje em conferência de imprensa que o nascimento da criança num hospital particular pode “ter sido um plano da mãe para ficar com a criança e contornar as medidas cautelares de proteção” decretadas pelo Tribunal de Família e Menores.

De acordo com Fernando Jordão, a mulher, que tem uma outra criança que se encontra institucionalizada, está referenciada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens “por razões de incapacidade de tratamento da criança”.

A PJ localizou e deteve hoje de madrugada a mãe da bebé, de 37 anos - e um homem, de 45, que terá auxiliado a progenitora -, numa residência de amigos dos suspeitos, nos arredores da cidade de Faro, juntamente com a recém-nascida, com um mês.

Segundo o responsável pela diretoria do Sul da PJ, a mulher é a progenitora, mas não é conhecido qualquer grau de parentesco do homem, nem com a mulher, nem com a criança.

Os dois suspeitos estão indiciados pelo crime de sequestro agravado, tendo em conta a idade da criança, apontou o responsável.

Fernando Jordão adiantou que a criança estava sob a responsabilidade do hospital de Faro, unidade do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), “a aguardar que fosse decidido o seu destino, por estar sujeita a medidas cautelares de proteção pelo Tribunal de Família”.

A mesma fonte referiu que a mulher terá retirado a recém-nascida e a transportou “num cesto normal, tipo saco, aproveitando momentos de menor vigilância do hospital, durante o período normal de visitas” a que estava autorizada.

Fernando Jordão considerou “não ter havido responsabilidade do hospital”, dado a criança não estar sujeita a vigilância policial.

“É um caso que se assemelha a outros conhecidos, onde são aproveitados momentos de menor vigilância durante uma visita”, referiu.