Catarina Martins, que falava em Valongo, distrito do Porto, à margem de uma visita à Escola Secundária de Ermesinde, voltou a exortar os administradores da CGD a entregarem "rapidamente" as declarações, garantindo que não estão abrangidos por "nenhuma exceção" e argumentando que esta é uma "exigência normal de um Estado de direito".

"Não há nenhuma exceção que ilibe a CGD desta obrigação. Houve exceções que têm a ver com salários e com outras obrigações que o BE está contra (…). Mas não há nenhuma exceção na lei que permita à administração da CGD não apresentar (…). [Têm de apresentar as declarações] porque é uma exigência normal de um Estado de direito que os gestores da Caixa têm de cumprir e porque os gestores da Caixa estão na Caixa para um processo de recapitalização que foi uma negociação árdua a nível europeu e uma vitória para o nosso país", disse Catarina Martins.

A coordenadora dos bloquistas apontou que a CGD "é o banco mais importante do nosso país", acreditando que quem a está a administrar "com certeza só quer a [sua] solidez": "Quem só quer a solidez da Caixa, não quer que a Caixa seja notícia por causa do seu conselho de administração. Quer que seja notícia porque apoia o investimento e o emprego, porque faz o seu trabalho", disse.

Catarina Martins aproveitou para reafirmar que o BE vai propor na especialidade que seja votada uma norma para acabar com todas as exceções ao estatuto do gestor público, criticando a Direita por, disse a bloquista, "querer algumas exceções".

"Se formos sérios o que é aprovado é que se acabem com todas as exceções ao estatuto do gestor público (…). Achamos que essa alteração era muito saudável para a nossa democracia", salientou.

Já sobre o Orçamento do Estado (OE), Catarina Martins admitiu que "há correções a fazer", considerando que "ainda há espaço para fazer sem desvirtuar aquilo que foi o universo das negociações" e reiterou que o BE "não vai fazer votações cruzadas com a Direita".

"A direita tem tentado criado dificuldades para que o orçamento seja inviável e não se conta com o Bloco para isso. Negociámos duramente, chegámos a um acordo e o BE como leva a sério os acordos que faz não vai fazer votações cruzadas com a Direita para deitar abaixo matérias que foram alvo de negociação durante muitos meses. A política deve ser o campo da seriedade e não o campo da pequena armadilha para ver quando escorrega um orçamento", referiu.