O autarca disse à agência Lusa, no final de uma concentração realizada entre as 14:30 e as 16:00, junto do balcão da vila fronteiriça de Vilar Formoso, no distrito da Guarda, que tal será possível, após ter reunido com o Presidente da República.

"Eu estou esperançado e para isso é que queremos reatar o diálogo e o senhor Presidente da República já teve a sua intervenção nesse sentido", afirmou.

Segundo António Baptista Ribeiro, "se assim for", e se a autarquia chegar a um entendimento com o Conselho de Administração (CA) da CGD, "ótimo, é bem para todos".

"É bem para todos, porque esta situação não é boa para o CA da CGD, para o próprio país - o país está solidário connosco -, porque a razão está do nosso lado", justificou.

Disse ainda que o CA da CGD "tem que reconsiderar as decisões que tomou" em relação ao fecho da agência de Almeida, numa sede de concelho.

"Porque eu tenho a certeza que não foram bem estudadas, procuraram-se soluções como estão em vias de acontecer das carrinhas ou das caixas automáticas, mas isso para a sede do concelho não serve porque as máquinas automáticas e os meios eletrónicos não dão resposta a muitas das necessidades que nós sentimos no dia-a-dia", disse.

O autarca disse ainda que a vila de Almeida não pode ficar privada dos serviços da CGD: "É a grande diferença que existe em relação às outras 60 que encerraram juntamente com a agência de Almeida. E é isso que nós pedimos. Nós não queremos que se abram precedentes alguns, porque a nossa situação é diferente e é única e, como tal, tem que ter um tratamento diferente".

António Baptista Ribeiro está esperançado no diálogo, mas avisa que, se não forem satisfeitos os "pedidos e serviços essenciais", os autarcas e os habitantes não desistem da luta.

"Não vamos certamente desistir, porque estamos a ser fortemente penalizados e privados de serviços, tanto as instituições como os próprios munícipes. E, por isso, a nossa decisão é de que, se não chegarmos a um acordo entre o CA da CGD e o município de Almeida, certamente que não vamos desistir", rematou.

Várias dezenas de habitantes e de autarcas de Almeida voltaram hoje a concentrar-se junto das instalações da agência da CGD de Vilar Formoso, em protesto pelo encerramento do balcão na sede de concelho.

O presidente da autarquia explicou á Lusa que hoje não foi um protesto, mas antes uma "sessão de esclarecimento", onde fez o ponto de situação e explicou o resultado do encontro que teve na terça-feira com o Presidente da República.

O fecho da agência de Almeida faz parte do plano da CGD para encerrar 61 agências por todo o país e consta da reestruturação do banco público acordada com a Comissão Europeia, na sequência da recapitalização de cerca de 5.000 milhões de euros.

Com o fecho do balcão de Almeida, já efetuado, os habitantes têm de se deslocar a Vilar Formoso, que dista cerca de 15 quilómetros da sede de concelho, o que tem motivado protestos.